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À procura do filho, maranhense vira homem-placa e roda o país de carona

Atadas a uma mochila por um cordão bege, duas folhas plastificadas exibem fotos de um rapaz de pele e cabelo negros. Uma das imagens pende sobre o peito do maranhense José Ribamar de Fátima Rodrigues, 60. A outra cobre-lhe parte das costas.

Ele veste uma camisa azul e tem os pés metidos em sapatilhas desbotadas. No vaivém da praça da Sé, um tímido e franzino José --incapaz de se acostumar com o clima da capital-- enverga as fotos como se fosse um homem-placa.

No retrato maior, Cleiton, 29, tem os olhos estalados. No segundo, um raro momento em que aparece sorrindo. Os cartazes que passam despercebidos na multidão estampam a dor do pai de dez filhos. No topo da placa, em caixa alta, está o motivo para José ter esquecido do próprio aniversário, em 12 de julho, o primeiro que passou longe da família: DESAPARECIDO.

Tudo se tornou confusão na casa dos Rodrigues em 11 de março deste ano, quando a notícia do sumiço de Cleilton chegou por telefone à residência do patriarca em Timon, cidade com 165 mil habitantes, no Maranhão.

Cleiton estava na casa do irmão mais velho, Wilson, 42, em Guariba (a 340 km de SP), onde havia conseguido emprego como cortador de cana. Sumiu um dia depois de ser visto chorando no trabalho.

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