Covid-19

Com 3ª dose, São Paulo e Ministério da Saúde retomam embates travados na pandemia

Por Leonardo Martins

O ministério da Saúde e o governo de São Paulo protagonizaram mais um embate público acerca da condução da pandemia de covid-19. Hoje, a bola da vez foi a data da terceira dose da vacina.

Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

O assunto já era estudado pelo governo federal e estadual. Mas, na manhã de hoje, o ministro Marcelo Queiroga anunciou uma data nacional para início da vacinação de reforço: 15 de setembro. Ele surpreendeu Doria.

Adriano Machado/Reuters

Em coletiva de imprensa, horas depois, Doria anunciou e antecipou uma nova data de vacinação de terceira dose válida para São Paulo: 6 de setembro. O governador mostrou até um novo cartão de vacina só para essa finalidade, contudo, não falou em calendário.

Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

Esta decisão foi finalizada hoje pela manhã e, para aumentar a proteção do público com mais de 60 anos, o estado de São Paulo vai iniciar a aplicação da terceira dose a partir de 6 de setembro.

João Doria,
Governador de São Paulo
Reprodução

Esses ataques repetidos à CoronaVac não são novidade. Não está baseado em regra técnica, é uma preferência do ministro."

Dimas Covas,
diretor do Instituto Butantan, sobre a exclusão do imunizante nos planos da Saúde
Divulgação

A decisão de governos de todo o mundo foi criticada pela Organização Mundial da Saúde, que a chamou de "problema moral" por não haver, no momento, estoque "sem limites" de vacinas.

Divulgação/Prefeitura de Niterói

Uma disputa recente entre Doria e ministério da Saúde se deu porque, segundo o paulista, o governo federal enviou metade das doses de vacinas da Pfizer ao estado. O caso foi parar no STF, na mesa do ministro Ricardo Lewandowski, que ordenou o envio dos imunizantes.

UPS

Outro grave embate se deu em torno da vacina CoronaVac. Em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou a compra da vacina produzida pelo Instituto Butantan e desenvolvida na China. O governo federal acabou adquirindo a vacina, mas o episódio causa desdobramentos até hoje

Isac Nóbrega/PR

A da China nós não compraremos, é decisão minha. Esse é o pensamento nosso. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando.

Jair Bolsonaro,
Presidente da República
Isac Nóbrega/PR

Os respiradores para UTIs voltadas para covid-19 também foram motivo de troca de acusações, em maio do ano passado. O governo Doria afirmou que o governo federal não havia enviado respiradores aos leitos públicos do estado, o que foi contestado pelo ministério da Saúde.

Júlio Nascimento/PR
Publicado em 25 de agosto de 2021.
Edição: Clarice Cardoso