Com Marco Civil e morte de dançarino, Brasil oscilou na imprensa internacional
Nesta semana, o Brasil foi manchetes dos jornais europeus e, às vezes, americanos de maneira espetaculosa e paradoxal.
Na primeira série de notícias, os comentários se referiram de maneira elogiosa à iniciativa brasileira de organizar em São Paulo a NetMundial, simultaneamente à aprovação do Marco Civil da Internet pelo Congresso.
O fato de o governo ter conseguido associar a Alemanha, a França, e, sobretudo, os Estados Unidos, além da Argentina, Índia, a Coréia do Sul e da União Europeia como co-organizadores do evento, foi considerado diplomaticamente significativo.
O discurso relativamente moderado da presidente na abertura do evento foi classificado de “cuidadoso” com relação aos Estados Unidos pelo “Financial Times”. Segundo o artigo, assinado pelo correspondente do jornal no Brasil, o tom do discurso ajuda a superar o incidente da espionagem americana que deu lugar à anulação da visita oficial da presidente Dilma aos Estados Unidos.
Numa declaração à reportagem de primeira página que o “Le Monde” publicou sobre o NetMundial, Mathieu Weill, diretor de uma associação francesa defensora do governo coletivo da Internet, elogiou o papel do Brasil.
Segundo ele, o país está bem situado para ajudar a reforma do controle do internet porque “é próximo dos princípios europeus e ao mesmo tempo tem a confiança dos países menos desenvolvidos”. Pela internet afora, blogueiros e sites especializados saudaram o Marco Civil como primeira “Constituição da Internet”.
A segunda série de notícias foi dramática e totalmente negativa. Polarizou-se em torno das violências e protestos causada pelo assassinato do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, na favela Pavãozinho, no Rio de Janeiro.
Mais uma vez as imagens de incêndios, gente correndo e policias apontado armas a esmo no meio dos habitantes pobres deram a impressão que o país continua envolto num clima de guerra civil.
Mais uma vez, boa parte da mídia internacional exprimiu a inquietação suscitada por essa violência urbana na cidade brasileira de maior visibilidade a pouco mais de um mês do início da Copa do Mundo.
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