As bodas de prata da reunificação alemã
Celebrado em toda a Europa, o vigésimo quinto aniversário da queda do Muro de Berlim, derrubado em 9 de novembro de 1989, ganha especial significação na Alemanha.
Cabe lembrar, como já foi observado nesta coluna, o papel fundamental da União Europeia (UE) na reunificação alemã. Neutralizando conflitos ideológicos e fronteiriços, ajudando a construir instituições livres e economias estáveis, a UE consolidou a unidade alemã e sustentou a transição democrática na Europa Oriental.
O segundo ponto interessante destas bodas de prata alemãs é analisado no excelente jornal de Boston, The Christian Science Monitor. Sara Llana, chefe da sucursal europeia do jornal, pergunta: 25 anos depois da reunificação, a Alemanha Ocidental absorveu a Oriental ou vice-versa?
Lembrando a longa ligação dos alemães orientais com a cultura e o povo russo, Llana aponta os resultados de uma sondagem recente sobre a eventualidade de um conflito entre o Ocidente e a Rússia.
Para a maioria dos alemães (49%), seu país deveria permanecer numa posição intermediária entre a Rússia e a OTAN (o bloco militar Ocidental), enquanto uma proporção menor (45%) pensa que a Alemanha deveria aliar-se aos Ocidentais.
Outra sondagem mostra que 57% dos alemães -, a porcentagem mais alta entre os países europeus -, considera que seu país deve ter uma política diplomática e de defesa independente dos Estados Unidos.
Neste contexto de relativo distanciamento entre Berlim e Washington, uma proposta apresentada na ONU pela Alemanha e o Brasil está gerando controvérsias.
No ano passado, quando se soube que Angela Merkel e Dilma Rousseff, entre dezenas de outros chefes de Estado, estavam sendo espionadas pela agência americana de segurança (NSA), os dois países introduziram uma proposta de resolução da ONU condenando a espionagem eletrônica.
Após uma atenuação do conteúdo acusatório do texto, os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia votaram a favor da resolução. Apelidados “Five Eyes” esses países são os pilares do sistema de espionagem global organizado pela NSA.
Decididos a reforçar a condenação à espionagem informática, o Brasil e a Alemanha apresentaram nova proposta de resolução da ONU que considera a interceptação ou coleta de dados pessoais como atos “altamente intrusivos” e atentatórios aos direitos individuais.
Segundo a agência Reuters a nova proposta suscitou reações nos meios diplomáticos. Pedindo para não ser citada, uma alta fonte da ONU considerou a iniciativa do Brasil e da Alemanha “altamente controversa”. Segundo esta fonte, a resolução acabaria condenando práticas de informação e espionagem reconhecidas como legítimas pelos tratados internacionais.
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