Insegurança com mercado local leva investidores chineses a buscar alternativas
O arrefecimento da economia chinesa se manifesta em vários setores do país e do exterior. Inseguros com a evolução do mercado doméstico, investidores e empresas chinesas procuram outros caminhos nos quatros cantos do planeta.
Segundo um relatório do Institute of International Finance, que congrega grandes bancos e instituições financeiras, a saída de capitais da China alcançou US$ 39 bilhões em julho, maior número registrado nos últimos seis meses.
Ainda que as reservas de divisas do país continuem rondando a cifra colossal de US$ 3,2 trilhões, há dúvidas sobre a estabilidade financeira do país na eventualidade de uma fuga maciça de capitais. Outros dados revelam que a compra de ativos no estrangeiro por residentes chineses representou 70% da saída de capitais nos últimos nove meses.
Para tentar travar este fluxo, as autoridades limitaram os montantes que os chineses são autorizados a transferir para o exterior.
No que concerne as empresas chinesas, a política de Pequim é toda outra. De fato, o governo tem incentivado as firmas chinesas a investir e aumentar suas participações em empreitadas montadas em vários países. É nesse contexto que se insere o aumento das aquisições chinesas no Brasil, analisado recentemente por Fernanda Perrin na Folha de São Paulo.
Nos Estados Unidos, a ofensiva de investimentos visa firmas de alta tecnologia da Califórnia. Como observa uma reportagem do Washington Post, Baidu, Alibaba e Tecent, respectivamente consideradas como a Google, a Amazon e o Facebook da China, lideraram a vaga de investimentos chineses em Sillicon Valley que atingiu US$ 6 bilhões em meados deste ano.
Contudo, a relação entre Sillicon Valley e a China tem sido permeado por "malentendidos culturais", conforme a expressão utilizada pelo WP. A sequência de incidentes alinhados pela reportagem do jornal da capital americana mostra que a dura negociação das firmas chinesas, moldada pela acirrada concorrência imperando na China, surpreende e irrita seus parceiros de negócios californianos.
O montante dos investimentos citados acima não inclui as aquisições chinesas no setor imobiliário. Uma reportagem da revista Forbes indica que a demanda chinesa provocou uma alta consistente no mercado imobiliário de San Francisco.
Outras cidades, como Boston, também são muito procuradas por compradores chineses de residências, hoteis e lojas de comércio. No total, os investimentos chineses no setor imobiliário americano deve somar US$ 218 bilhões entre 2016 e 2020. Depois desta data, o afluxo de capitais chineses nos Estados Unidos deve se acelerar por causa do aumento do número de pessoas que estão procurando tirar seu dinheiro da China.
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