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Quatro lições que você não aprenderá na sala de aula

27/09/2015 00h02

É comum que jovens empresários me perguntem se devem fazer um curso de administração de empresas, uma vez que abandonei a escola cedo para lançar uma startup. Aprendi muito nos muitos anos que passei longe da sala de aula, inclusive que, na nossa área, nada supera experiência prática, então sempre os incentivei a evitar o caminho longo e caro do sistema de ensino superior. O bem mais valioso que alguém tem é o tempo, e ele não deve ser desperdiçado em estudos que não vão produzir um bom retorno sobre o investimento.

Para as pessoas que esperam entrar em profissões como a matemática ou as ciências, a universidade pode ser o melhor lugar para construir uma base de conhecimento. Mas isso não é uma regra geral.

Então, para o resto de nós, eis um atalho: quatro lições importantes que aprendi trabalhando, e que eu não teria aprendido na universidade.

1. Nada supera um teste de pressão da vida real

Ninguém pode negar que fazer provas incontáveis na escola é estressante, que ir bem exige dedicação. Mas para os jovens empresários, todo esse tempo e esforço podem ser mais bem aplicados.

Eu era muito tímido quando estava começando, e a ideia de lançar uma startup – marcar reuniões, vender ideias e liderar uma equipe – era assustadora. Frequentar aulas sobre como fazer uma boa apresentação ou administrar uma empresa não teria me feito mal nenhum, mas a única maneira de aprender era fazendo.

Quer tenham treinamento formal em administração de empresas ou não, todos os empresários aprendem por tentativa e erro quando estão começando. À medida que você separa o que funciona e o que não funciona, você refina seu estilo e ganha mais confiança. Atrasar esse processo frequentando salas de aula durante anos parece uma ideia estranha para mim.

2. Aventurar-se é essencial

Trabalhar como um empreendedor exige que você abrace a aventura. Você precisa ensinar a si mesmo tudo o que puder sobre o seu setor, e reunir um amplo grupo de amigos e conhecidos que estejam trabalhando em problemas similares – mas essas pessoas podem ser de muitas áreas e regiões diferentes. Os seus conselheiros não devem ser apenas os seus vizinhos.

Meus pais tiveram o cuidado de me incentivar a explorar o mundo desde cedo, e percebi que muitos empresários parecem ser curiosos e corajosos. Isso sempre fica evidente na equipe da Virgin quando lançamos um novo negócio ou entramos num novo mercado – ou mesmo nas nossas festas. Incentivamos nossos funcionários a sair do escritório, conhecer pessoas e pesquisar por conta própria.

Embora muitos estudantes se esforcem para fazer conexões sociais na universidade, é um grupo muito pequeno. Também pode haver oportunidades limitadas para viajar e conhecer pessoas fora do campus.

3. A especialização nem sempre é uma boa ideia

Depois de lançar uma empresa, você pode se surpreender com a frequência com que o conhecimento de um determinado setor pode ajudá-lo em outra área, às vezes muito diferente.

Na década de 80, a Virgin era conhecida principalmente como uma marca de música, então quando anunciamos que estávamos inaugurando uma companhia aérea, o senso comum dizia que não tínhamos a mínima ideia e que o empreendimento estava fadado ao fracasso.

No entanto, nós sabíamos como entreter as pessoas, e colocamos esse conhecimento em prática quando criamos os sistemas de entretenimento e programação a bordo. A empresa que criamos, a Virgin Atlantic, era divertida e descolada, e conseguimos cavar um nicho importante num setor já estabelecido. A nova perspectiva pode ter sido a diferença entre o sucesso e o fracasso.

4. Aprender é para a vida

Todos os setores estão mudando rapidamente à medida que os avanços tecnológicos aumentam a velocidade de inovação em um ritmo exponencial. Qualquer um que queira ter sucesso nos negócios tem que estar preparado para aprender a cada dia, a fim de se adaptar e ficar à frente das últimas novidades.

Nos últimos anos, tenho investido em uma série de startups de tecnologia que estão criando com base na economia compartilhada ou em serviços tecnológicos financeiros inovadores – duas áreas que eram novas poucos anos atrás. Ouvir ideias, conhecer as pessoas por trás das startups e aprender como elas funcionam ajudaram a educar-me nesses novos setores empolgantes. Continue buscando suas paixões e você aprenderá muito.

Para entender de verdade alguma coisa, muitas vezes você precisa vivê-la, em vez de apenas ler sobre ela. Isso se aplica especialmente ao empreendedorismo. Não importa o caminho que você escolha para se preparar para lançar um negócio, em algum momento você terá que dar o salto.