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Agredida em ensaio da Vai-Vai está abalada e com vergonha, diz delegada

Homem agride mulher em ensaio técnico da Vai-Vai - Reprodução
Homem agride mulher em ensaio técnico da Vai-Vai Imagem: Reprodução

Mateus Araújo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/01/2019 16h42

A delegada Patrícia Chalfun, que está à frente das investigações do caso de agressão a uma mulher, no sambódromo do Anhembi, disse que a vítima "está abalada e com vergonha". A mulher teve os cabelos puxados e foi empurrada pelo ex-namorado Anderson Roberto, um dos diretores da Vai-Vai, durante ensaio técnico da escola de samba, no último sábado.

O caso está sendo investigado na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher, na Freguesia do Ó (zona norte), em São Paulo. "Já foram tomadas todas as medidas da investigação. Tivemos acesso às imagens de segurança do Anhembi, ouvimos testemunhas, colhemos depoimentos e já foi expedida a medida protetiva", conta a delegada, referindo-se à ordem do juiz que proíbe o acusado de se aproximar da vítima e da família dela. Ele deve ficar no mínimo a 300 metros de distância deles. "E se tiver mais alguma testemunha que queira colaborar, por favor, basta me procurar na delegacia", acrescenta Patrícia. 

Roberto e a mulher agredida namoraram durante cinco meses e estão separados há quatro. O diretor da Vai-Vai não esclareceu o que motivou as agressões. O caso é de violência doméstica, como explica a delegada, e o inquérito deve ser finalizado até o final da próxima semana.

Na última terça, Anderson Roberto prestou depoimento na 1ª Delegacia de Turismo de São Paulo, no Centro. Ele não falou com a imprensa, mas, segundo seu advogado, se disse arrependido do ato.

Conscientização

Para a delegada Patrícia Chalfun, o caso do Anhembi, pela sua repercussão, ajuda a conscientizar as pessoas sobre a necessidade de denunciar a violência contra mulher. "A gente vive em uma sociedade patriarcal, na qual os valores masculinos ainda são supervalorizados. Por isso, alguns homens, como ficou claro no vídeo desse caso, ainda tratam a mulher como posse", lamenta. 

"Quanto mais a gente mostrar que isso é errado, mais pessoas vão denunciar. E as pessoas já estão mudando; nós já temos aqui várias denúncias anônimas sobre violência desse tipo", diz Patrícia.

São Paulo