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Na volta ao Grupo Especial, Águia de Ouro pede fim da corrupção no Brasil

Sob o enredo "Brasil, Eu Quero Falar de Você", a Águia de Ouro abordou as diversas formas de exploração do povo brasileiro, desde a época colonial, com a escravidão de índios e negros, até o cenário de desigualdade social dos dias de hoje - Ricardo Matsukawa/UOL
Sob o enredo "Brasil, Eu Quero Falar de Você", a Águia de Ouro abordou as diversas formas de exploração do povo brasileiro, desde a época colonial, com a escravidão de índios e negros, até o cenário de desigualdade social dos dias de hoje
Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

02/03/2019 22h33Atualizada em 03/03/2019 08h14

Abrindo a segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2019 de São Paulo, na noite de hoje, a Águia de Ouro chegou com o enredo político "Brasil, Eu Quero Falar de Você!", tratando das diversas formas de exploração do povo brasileiro, desde a época colonial, com a escravidão de índios e negros, até o cenário de desigualdade social dos dias de hoje.

Após conquistar o título do Acesso em 2018, a Água quis mostrar que a corrupção e a exploração das riquezas do Brasil é causada principalmente pela ganância de poderosos, que se motivam por interesses pessoais sem querer saber dos interesses da população.

O desfile começou sem chuva, mas com avenida ainda molhada devido ao temporal que assolou a cidade no início da noite. Ao todo, 2.300 componentes se espalharam por 26 alas e cinco carros alegóricos, com desfile assinado pela comissão formada por Laíla, Fran Sérgio, Sérgio Caputo Gall e Bety Trindade. Sem correrias, a escola se apresentou em 65 minutos cravados, no limite do tempo regulamentar.

Bela comissão de frente

Com coreografia de Cris Rabelo, a ala lembrou a chegada dos portugueses ao Brasil e o primeiro encontro com os índios locais, mas de forma diferente da que foi ensinada em livros de história. Na representação, indígenas se mostraram resistentes à ocupação, enquanto os portugueses usaram da truculência para explorar o território.

Aula de história política

Descobrimento, política do café com leite, ditadura militar, o governo Collor com seu confisco da poupança, operação Lava Jato. O desfile a Águia serviu como uma aula geral de história do país, com direito a uma alegoria sobre as mazelas da política. Sempre crítico, o espetáculo trouxe ainda uma ala com fantasias de "batedores de panela", que representou brasileiros que se engajam politicamente apenas por conveniência e influenciados pela mídia.

Paradinhas

Várias paradinhas da bateria empolgaram o público no Anhembi, boa parte ainda chegando ao sambódromo por causa da chuva. A cada "apagão", um coro do público ecoava junto aos intérpretes, que voltavam cantando acompanhados por parte da bateria. O arranjo afro de algumas sessões, uma referência ao canto negro das senzalas, também empolgou.

Musas no lugar de madrinha

Como novidade, a Águia de Ouro trouxe quatro musas no posto de madrinhas de bateria. O cargo vinha sendo ocupado há quase uma década por Cinthia Santos, que desistiu de desfilar. Karoline Morais, Vanessa Alves, Domênica Anastácio e Marina Franco assumiram a tarefa com fantasias que simbolizam a diversidade brasileira.

Luxo

Plumas e penas sintéticas foram vistas em profusão nas alas da escola. Como muitos passistas vieram fantasiados de índios por causa do enredo, os carnavalescos puderam usar e abusar do efeito dos itens. Alegorias também capricharam nas luzes e cores vibrantes, assim como as fantasias, repletas de detalhes. A agremiação só não deve ganhar dez no quesito porque parte da saia da porta-bandeira Ana Paula Reis se rompeu durante o desfile.

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