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Cientistas descartam vínculo entre mercúrio e autismo

03/05/2007 18h58

MONTREAL, 3 mai (AFP) - Níveis de mercúrio não têm qualquer vínculo com o desenvolvimento do autismo, um distúrbio no desenvolvimento cuja causa ainda é desconhecida, revela um estudo canadense publicado nesta quinta-feira.

"Nos últimos anos, hipóteses tem sido levantadas sobre um possível vínculo entre a exposição ao mercúrio e o autismo", disse Eric Fombonne, chefe de pesquisas e diretor da unidade de psiquiatria pediátrica do Hospital Infantil de Montreal.

"Especificamente, as preocupações foram relacionadas com vacinas infantis contendo timerosal, amálgamas dentários e o metilmercúrio na comida", explicou em um comunicado.

A equipe de pesquisas examinou os níveis de mercúrio em amostras de cabelo e sangue de crianças autistas e de suas mães. Os cientistas concluíram que os níveis observados não diferiam amplamente daqueles observados em crianças sem autismo.

O estudo também "demonstrou que não havia correlação entre o nível de mercúrio e a severidade dos sintomas e o nível funcional de crianças autistas".

Crianças com autismo, uma distúrbio no desenvolvimento que se manifesta antes dos três anos de idade, normalmente evitam o contato físico e se comunicam com gestos ao invés da fala.

Um estudo publicado em fevereiro pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano sugeriu que o autismo é mais comum nos Estados Unidos do que se pensava anteriormente, afetando uma em cada 150 crianças.

O estudo canadense foi realizado com 71 crianças autistas e 75 crianças sem o distúrbio.

Fombonne disse que as descobertas do estudo também indicaram que "terapias de quelação, em que metais pesados são removidos do corpo usando compostos específicos, não são úteis no tratamento do autismo".