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Cientistas isolam molécula que tem forte efeito sobre a depressão

Em Genebra

12/04/2010 16h44

Cientistas descobriram uma molécula que teria impacto na formação dos neurônios e cuja ausência poderia provocar estados ansiosos e depressão, anunciou nesta segunda-feira (12) a Escola Politécnica Federale de Lausanne (EPFL), Suíça, em comunicado.

A molécula, a MIF (Macrophage migration inhibitory factor), tem um "impacto (...) sobre o estado ansioso e/ou depressivo do rato, o que pode ser percebido por uma mudança de comportamento", informou.

Uma equipe dirigida pela diretora do Laboratório de Genética Comportamental do EPFL, Carmen Sandi, descobriu que sua ausência inibe a produção de genes e "desencadeia um aumento de comportamentos ansiosos e depressivos".

Os cientistas descobriram que a molécula era encontrada em grandes quantidades nas células-tronco do hipocampo, uma região do cérebro considerada de importância para a formação da memória e um dos locais onde se dá a gênese de novos neurônios.

Com base em estudos anteriores comprovando que a formação de novos neurônios era um fator importante para fazer reduzir a ansiedade, os cientistas tentaram manipular a presença da MIF no cérebro dos ratos, eliminando-a.

Constataram, então, que a ausência da molécula reduzia de forma significativa a produção de neurônios e aumentava, por consequência, a ansiedade. Também conseguiram provar que diminuía a capacidade dos antidepressores de estimular a formação de neurônios, segundo a universidade.

A equipe espera desenvolver, graças à molécula, medicamentos contra a depressão, que diz respeito a 121 milhões de pessoas no mundo, segundo números da Organização Mundial de Saúde.