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Inaugurado no Chile o maior observatório espacial do mundo

13/03/2013 18h19

PLANCIE CHAJNANTOR, Chile, 13 Mar 2013 (AFP) - O que se acredita ser o maior observatório espacial do mundo foi inaugurado esta quarta-feira no norte do Chile, oferecendo ao mundo um poder sem precedentes para vasculhar as regiões mais remotas do universo.

O observatório espacial ALMA foi inaugurado em uma planície 5.000 metros acima do nível do mar, em uma cerimônia assistida pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, e outras autoridades.

"Aqui, neste deserto, o mais seco do mundo, é um grande privilégio inaugurar este observatório", disse Piñera.

Chamado-o de "o mais poderoso do mundo", ele disse que o observatório dará "uma significativa contribuição à humanidade, possibilitará uma compreensão maior do universo em que vivemos e talvez nos ajude a descobrir vida fora da Terra".

"O ALMA é um telescópio gigante com 16 quilômetros de diâmetro", explicou o diretor do observatório, Thijs de Graauw, ao declarar a instalação oficialmente inaugurada.

Sob aplausos entusiasmados, 59 das 66 antenas começaram a girar lentamente e apontaram na direção do céu. Em outubro, todas as antenas estarão totalmente instaladas e operacionais.

Gianni Marconi, astrônomo do enorme conjunto de telescópios, recentemente afirmou à AFP que o ALMA é "o maior observatório que já foi construído".

ALMA, abreviatura de Atacama Large Millimeter-submillimeter Array, resulta de um esforço conjunto entre agências espaciais norte-americanas, europeias e asiáticas.

O observatório situa-se perto de Pedro de Atacama, cidade desértica muito popular entre os turistas.

Com quase nenhuma umidade ou vegetação para bloquear sua vista do céu, as antenas do ALMA têm diâmetros que variam entre 7 e 12 metros.

"Virtualmente não há vapor d'água, há tão pouco que qualquer luz emitida de um corpo celeste, seja galáxia ou estrela, chega aqui sem interferências", disse Marconi.

Os cientistas que buscavam um local para abrigar o observatório disseram que estavam em busca de um local com altitude elevada, baixa umidade, clima ensolarado e acesso logístico facilitado.

De Graauw afirmou recentemente à AFP que o equipamento ultra-preciso do observatório seria utilizado em busca de respostas para grandes questões, como a formação das estrelas, o nascimento dos planetas ou como os sistemas foram criados depois do Big Bang.

Ao contrário de telescópios ópticos ou infra-vermelhos, o ALMA consegue capturar o brilho mais fraco e o gás presente na formação das primeiras estrelas, galáxias e planetas em uma região extremamente fria do universo.

"É uma revolução na história do universo no campo das ondas milimétricas e submilimétricas, que pode olhar através de nuvens de poeira e focar na formação das estrelas", afirmou De Graauw.

"Os telescópios não conseguem ver o que está acontecendo dentro destas nuvens. Com ALMA, podemos. E isto é como abrir uma nova janela", acrescentou.