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Mudanças climáticas influenciam avaliação de risco das seguradoras

24/06/2013 19h42

GENEBRA, 24 Jun 2013 (AFP) - As mudanças climáticas estão tornando mais frequentes e imprevisíveis os eventos climáticos extremos, obrigando as seguradoras a mudar a forma como avaliam o risco de desastres naturais que afetam uma área específica, alertou esta segunda-feira o 'think tank' (centro de pesquisas de políticas públicas) Geneva Association.

"As abordagens tradicionais, que são exclusivamente baseadas em dados históricos, falham cada vez mais em estimar as probabilidades de riscos atuais", alertou o 'think tank' especializado em questões de gestão de risco e seguros em áreas estratégicas.

"É necessária uma mudança de paradigma dos métodos de avaliação de risco", reforçou, acrescentando que a indústria de seguros precisa apoiar a pesquisa científica para obter uma compreensão maior de quando e onde ocorrerão os desastres relacionados ao clima.

Segundo um relatório das Nações Unidas divulgado na semana passada, as catástrofes naturais custaram ao mundo US$ 2,5 trilhões até agora neste século, o que é muito mais do que o estimado anteriormente.

O diretor da Geneva Association, John Fitzpatrick, afirmou na segunda-feira que o aquecimento dos oceanos do mundo e a elevação do nível do mar foram um gatilho crucial para eventos climáticos extremos.

No relatório de 38 páginas, intitulado "Aquecimento dos Oceanos e Implicações para a Indústria do (re)seguro", a Geneva Association reforçou a necessidade de que as seguradoras não observem apenas dados históricos, mas também compreendam as "mudanças nas dinâmicas dos oceanos e a complexa interação entre o oceano e a atmosfera".

Essa interação, destacou, é "a chave para compreender as mudanças atuais na distribuição, frequência e intensidade dos eventos extremos globais relevantes para a indústria dos seguros, tais como ciclones tropicais, inundações e tempestades de inverno extratropicais".

O estudo, liderado por Falk Niehorster, da Iniciativa de Previsão de Risco do Instituto de Ciência Oceânica das Bermudas, admitiu que o principal gatilho dos custos de seguro em alta está relacionado a fatores sócioeconômicos, como o número crescente de moradias para os mais ricos construídas em áreas costeiras e planícies alagadiças.

Contudo, destacou que a falta de dados históricos para prever catástrofes no futuro, assim como teorias concorrentes entre cientistas sobre quando e onde elas vão ocorrer, também dificulta aos seguradores estimar precisamente os riscos.

A melhor forma de assegurar que "riscos ambíguos" permaneçam assegurados, destacou o estudo, é que a indústria dos seguros ajude a promover a mitigação hoje.

Ela também deveria "desempenhar um papel ativo em aumentar a conscientização para os riscos das mudanças climáticas através da educação", concluiu.

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