Topo

Calor das abelhas derrete cera e transforma favos em hexágonos

Em Paris

16/07/2013 22h40

Desde que o mundo é mundo, os favos das abelhas fascinam pela complexidade e perfeição de sua geometria e inspiraram uma equipe de pesquisadores a desvendar o mistério de suas formas hexagonais.

Até Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução, se rendia à casa das abelhas, considerando-as "absolutamente perfeitas, economizando mão-de-obra e cera".

A equipe de pesquisadores de Bhushan Karihaloo, da Universidade de Cardiff, do País de Gales, constatou que, antes de se transformarem em hexágonos, os favos têm, inicialmente, a forma circular. Eles ganham a forma hexagonal e levemente arredondada ao longo da construção das fileiras, prateleiras onde são depositados pólen e mel.

Em artigo publicado na revista da Sociedade Real Britânica, os especialistas explicam que o mecanismo desta transformação se dá no escoamento da cera derretida, que uniria os favos vizinhos.

Mais pesquisas da Proceedings B

  • Lukas Panzarin

    Nova espécie de dinossauro 'narigudo' é descoberta nos EUA

  • White Shark Research Institute/Reuters

    Tubarão branco acumula gordura no fígado para migrar

Inúmeras hipóteses foram elaboradas ao longo dos séculos na tentativa de explicar a geometria impressionante das colmeias. Já se acreditou, inclusive, na insólita capacidade que estes insetos teriam para fazer complexos cálculos matemáticos a fim de medir as larguras e os ângulos.

Mas segundo o estudo, a explicação está nas propriedades físicas da cera utilizada para construir os favos circulares.

Em uma temperatura de aproximadamente 45 graus Celsius, a cera começa a derreter como um líquido elástico, viscoso. Ela se estica como um caramelo, e os ângulos se formam na junção das células, dando origem aos hexágonos.

De acordo com os pesquisadores, o calor na origem desta transformação é fornecido pelas abelhas operárias que trabalham sem parar, lado a lado, na construção das fileiras.

Mesmo que o enigma desta impressionante estrutura tenha sido solucionado graças a uma combinação física e matemática, os cientistas afirmam que o papel central da pesquisa ficou a cargo dos insetos.

"Nós ficamos maravilhados com o papel das abelhas no processo: aquecendo, endurecendo e afinando a cera exatamente onde é necessário", afirmam.