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Conheça o principais pontos de negociação sobre o clima em Varsóvia

08/11/2013 12h23

PARIS, 08 Nov 2013 (AFP) - O mapa do caminho da conferência de Paris em 2015, a ajuda financeira aos países do sul ou as indenizações pelo aquecimento são alguns dos principais pontos de atrito nas negociações sobre o clima que começam na segunda-feira em Varsóvia.



- ASSENTAR AS BASES DO AMBICIOSO ACORDO ESPERADO EM 2015:



A comunidade internacional se comprometeu na conferência de Durban de 2011 a adotar em 2015 um acordo global legalmente vinculante também para os maiores poluentes, como China ou Estados Unidos, para reduzir as emissões de gás de efeito estufa que entraria em vigor a partir de 2020.

A conferência de Varsóvia, que consagrará oficialmente Paris como anfitriã da conferência de 2015, dará o pontapé inicial nas negociações.

Os pontos espinhosos são muitos: qual será o grau de vínculo legal do acordo? Deve conter números concretos para reduzir as emissões? O que é um acordo igualitário? Deve-se exigir o mesmo das economias emergentes e dos países desenvolvidos? Como fazer para que o acordo seja suficiente para limitar o aquecimento em 2ºC?

Depois de Varsóvia, dois grandes encontros marcarão o caminho até Paris: a cúpula de chefes de Estado organizada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em setembro de 2014 em Nova York, e a conferência anual da ONU sobre o clima em Lima no fim de 2014.



- AJUDAS FINANCEIRAS AOS PAÍSES DO SUL PARA ENFRENTAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS:



Trata-se de um dos grandes pontos de tensão nestas negociações internacionais. Em Copenhague em 2009, os países do norte se comprometeram a desembolsar 100.000 bilhões de dólares por ano até 2020.

Mas os países do sul ainda não viram nada e alguns desejariam um objetivo intermediário de 60 bilhões para 2015. Esta demanda foi rejeitada na última reunião sobre o clima da ONU em Doha, já que os principais doadores, com Estados Unidos e União Europeia na liderança, alegaram suas dificuldades orçamentárias.

Em Varsóvia haverá uma reunião ministerial sobre este assunto, embora não seja esperado nenhum anúncio substancial.



- INDENIZAR OS PAÍSES DO SUL PELAS "PERDAS E DANOS" DEVIDO AO AQUECIMENTO:



Os países do sul, com os Estados insulares e menos desenvolvidos na liderança, se consideram vítimas da atividade do Norte que provocou esta situação no clima, e querem que se estabeleça um mecanismo que abra caminho para indenizações.

Os países ricos rejeitam categoricamente esta possibilidade, entre eles os Estados Unidos, já que temem as ações judiciais e não querem desembolsar mais do que está previsto em matéria de ajuda para a adaptação às mudanças climáticas.

Este foi um dos pontos mais disputados em Doha, onde foi decidido que em Varsóvia serão criados "acordos institucionais" sobre o tema, uma fórmula suficientemente imprecisa para satisfazer o mundo.



- REVISÃO DA REGRA DO "CONSENSO":



Os textos nas negociações climáticas são adotados por consenso de mais de 190 países presentes, uma noção vaga que nenhum texto define claramente.

Os russos, que não apoiaram a adoção do acordo de Doha, querem um debate sobre este assunto em Varsóvia.