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Sonda espacial chinesa Chang'e-3 pousa na Lua

14/12/2013 14h08

PEQUIM, 14 dez 2013 (AFP) - A sonda espacial Chang'e-3 pousou neste sábado na Lua, tornando a China a terceira nação do mundo que consegue chegar ao satélite natural da Terra depois do Estados Unidos e da União Soviética, noticiou a TV pública CCTV.

Após ter acionado os retrofoguetes para reduzir a velocidade, a Chang'e-3 "alunissou" em um território chamado Baía do Arco-íris, onde desembarcará o veículo de exploração teleguiado "Coelho de Jade".

Esta façanha tecnológica, que marca uma etapa importante no ambicioso programa espacial chinês, é um feito em 37 anos, pois é a primeira vez que uma sonda consegue posar lentamente na superfície lunar desde a missão soviética Luna 24, em agosto de 1976.

A sala de controle de Pequim recebeu o momento com aplausos, segundo imagens exibidas ao vivo pela televisão chinesa, que mostraram o processo final de descida do módulo de uma altitude de 15 km sobre a superfície lunar, que começou às 21H00 locais (11H00 de Brasília) e durou 12 minutos.

A imprensa estatal anunciou imediatamente o sucesso da operação.

O módulo de aterrissagem deve desdobrar uma rampa que permita ao "Coelho de Jade", um veículo móvel 4x4, descer na superfície lunar.

Esta delicada manobra será realizada "algumas horas" depois do pouso, informaram em um comunicado as autoridades espaciais chinesas.

O pouso havia sido descrito como a parte "mais difícil" da missão pela Academia Chinesa de Ciências em uma publicação no perfil da Chang'e-3 na rede social Sina Weibo (o equivalente chinês do Twitter).

Este feito é o último passo do ambicioso programa espacial da China, que é visto como uma mostra do crescente poder deste país no mundo e de seus avanços tecnológicos, assim como do sucesso do Partido Comunista ao reverter a sorte de um país que antes foi pobre.

A Chang'e-3 foi lançada ao espaço em 1º de dezembro por um foguete que decolou da base de Xichang, na província de Sichuan (sudoeste).

Muitos chineses acompanham o desenvolvimento da missão, motivo de orgulho nacional, e milhões deles votaram pela internet no nome do veículo de exploração, que faz referência à mitologia chinesa.

Segundo a lenda, este coelho ou lebre vive na Lua, onde tritura o elixir da imortalidade em concreto. O animal tem como companheira Chang'e, a deusa chinesa da Lua.

O veículo é um "rover" lunar de seis rodas que pesa 120 quilos e que obtém sua energia graças a painéis solares.

Sua missão é levar adiante análises científicas, especialmente geológicas, e enviar à Terra imagens tridimensionais da Lua.

A máquina ficará operacional três meses, durante os quais se deslocará a uma velocidade máxima de 200 metros por hora.

A Baía do Arco-íris é um território ainda inexplorado da Lua, segundo a administração espacial chinesa, que oferece condições favoráveis tanto por sua exposição ao sol quanto pela comunicação com a Terra.