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Internautas chineses preocupados com veículo de exploração lunar

27/01/2014 12h06

PEQUIM, 27 Jan 2014 (AFP) - As redes sociais chinesas estavam inundadas nesta segunda-feira de mensagens de preocupação e de desejos de recuperação para o veículo teleguiado enviado por Pequim à Lua, que sofreu um problema mecânico.

"Coelhinho, rezamos por você", afirmou um internauta em referência ao nome oficial do "rover" lunar, conhecido como "Coelho de Jade".

"Espero que ressuscite", desejou outro internauta anônimo, ressaltando a grande beleza, mas também as grandes dificuldades da exploração espacial.

"Adeus Terra", "Adeus humanos", escreveram outros internautas, imaginando uma mensagem póstuma do Coelho de Jade enviada do além.

A agência de notícias Xinhua anunciou no sábado que o veículo de seis rodas teve um problema mecânico provocado pelo "ambiente complicado da superfície da Lua".

Os cientistas chineses "trabalham para consertar o veículo, disse, sem dar mais detalhes, a agência oficial, citando a administração estatal para a Ciência, a Tecnologia e a Indústria de Defesa Nacional.

A China lançou em 1º de dezembro seu primeiro veículo de exploração lunar, cujo nome, "Coelho de Jade" ou "Yutu", em chinês, é uma referência à mitologia chinesa.

Segundo a lenda, um coelho vive na Lua, onde tritura o elixir da imortalidade em suas crateras. O animal lendário tem a companhia de Chang'e, a deusa chinesa da Lua.

Essa missão faz parte de um ambicioso programa chinês marcado pelo sucesso de duas sondas lunares precedentes.

As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, fazer observações detalhadas da Lua.

O programa espacial chinês é chefiado por militares.

Além de garantir o status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país asiático a enviar um homem à Lua.

O "Coelho de Jade", equipado com painéis solares para gerar sua energia, tinha como missão realizar análises científicas e enviar para a Terra imagens tridimensionais de seu satélite natural.

O veículo, com peso de 120 quilos, pousou na Baía dos Arco-Íris, um território ainda inexplorado da Lua, e deveria funcionar durante três meses, se deslocando a uma velocidade máxima de 200 metros por hora.

A conquista do espaço é percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC) no poder.

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