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Cientista que pesquisa células pluripotentes pede retirada de artigo

Em Tóquio

16/04/2014 17h36

Um cientista japonês que participou das pesquisas sobre as células denominadas STAP (sigla em inglês para pluripotência adquirida ativada por estímulo) considerou nesta quarta-feira (16) necessário retirar o artigo publicado na revista Nature, sem descartar a existência destas células-tronco embrionárias.

"Apresento minhas sinceras desculpas pelos problemas causados", afirmou em coletiva de imprensa Yoshiki Sasai, um importante cientista japonês da área da pesquisa celular.

Sasai ajudou a jovem cientista japonesa Haruko Obokata, que publicou em janeiro na revista Nature um artigo que apresenta um método de criação de células pluripotentes a partir da célula-tronco, uma descoberta potencialmente revolucionária para a medicina regenerativa.

Mas, pouco tempo depois, o artigo foi questionado e o instituto público japonês, Riken, criou um comitê investigador que concluiu ter havido irregularidades na publicação dos resultados. O instituto Riken informou, ainda, que as pesquisas de Obokata "são parciais e que, portanto, não se pode falar de um sucesso".

Embora tenha admitido erros na forma como seus trabalhos foram apresentados na revista, no fim de janeiro, Obokata rejeitou as acusações de "falsificação e imitação".

Nesta quarta-feira (16), Sasai considerou necessário que as experiências feitas por Obokata voltem a ser realizadas em outros centros de pesquisa. Até que isto ocorra, "retirar o artigo é a opção mais apropriada", aconselhou.

No entanto, ele esclareceu que "se a hipótese das células STAP não existisse, vários fenômenos dificilmente seriam explicáveis", dando a entender que estas células poderiam de fato existir.

Se a criação das células STAP fosse possível com todo tipo de célula, segundo o método descrito por Obokata, a técnica traria uma esperança excepcional para a medicina regenerativa, que consiste em recriar partes de órgãos ou de tecidos danificados por uma doença ou um acidente.