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Vacina contra dengue é 100% eficaz, diz estudo

A Nasa (agência espacial americana) lançou um aplicativo que auxilia na identificação de asteroides, entre eles alguns que poderiam ameaçar a Terra - Reprodução
A Nasa (agência espacial americana) lançou um aplicativo que auxilia na identificação de asteroides, entre eles alguns que poderiam ameaçar a Terra Imagem: Reprodução

16/03/2015 22h13

Miami, 17 Mar 2016 (AFP) - Uma vacina experimental contra a dengue, o vírus mais comum transmitido por um mosquito, foi 100% eficaz em seus primeiros testes, resultados que poderiam acelerar a criação de uma vacina contra a zika - disseram pesquisadores nesta quarta-feira.

A dengue, da mesma família dos flavivírus da zika, infecta cerca de 390 milhões de pessoas por ano em mais de 120 países.

Seus sintomas são geralmente leves, mas a cada ano mais de dois milhões de pessoas desenvolvem a dengue hemorrágica, que pode levar a dores de cabeça severas, erupção cutânea e dor atrás dos olhos, articulações, músculos e ossos.

Mais de 25.000 pessoas morrem de dengue hemorrágica a cada ano.

"Sabendo o que sabemos sobre esta nova vacina, temos a certeza que vai funcionar", disse Anna Durbin, professora associada de medicina internacional na Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e principal autora do estudo.

- Quatro cepas -A vacina candidata, conhecida como TV003, foi testada num grupo de 48 pessoas. Metade delas foram vacinadas e a outra metade recebeu um placebo.

A TV003 foi conduzida por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos a partir de uma mistura de vírus fracos mas vivos, cada um dos quais apontam para os quatro sorotipos de dengue.

Seis meses após a vacinação, ambos os grupos foram expostos a uma forma enfraquecida da dengue do serotipo 2, que é a mais agressiva das quatro estirpes do vírus.

Pesquisas anteriores sobre a TV003, que tem estado em desenvolvimento há 15 anos, mostraram que a vacina funcionou bem impedindo os vírus 1, 3 e 4.

A "porção da vacina foi projetada para evitar a dengue 2 mostraram uma resposta imunológica significativa nas pessoas, pois em vez aconteceu nos outros três componentes", disse a universidade em um comunicado.

Mas desta vez os investigadores procuraram além da resposta imune e "rastrearam evidência de infecção: o vírus no sangue, a erupção cutânea e a redução do nível de células brancas do sangue".

Das 41 pessoas que permaneceram no estudo até o fim, nenhuma das 21 que foram vacinadas mostraram evidência de dengue.

Em troca, as 20 pessoas no grupo placebo, todas, registraram o vírus da dengue no sangue. 80% deles desenvolveram uma erupção cutânea e 20% apresentaram uma contagem de células brancas do sangue baixa, sugerindo que seus corpos estavam lutando contra a infecção.

O estudo foi realizado nos Estados Unidos, onde a dengue não circula na população. Isto ajudou os investigadores na identificação da eficácia da vacina em pessoas que não tinham sido previamente expostas a qualquer estirpe de dengue.

No mês passado, começou no Brasil um teste mais amplo de fase 3. Esta é uma das várias vacinas candidatas atualmente em período de ensaios clínicos.