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Obama diz que mudanças climáticas 'não podem mais ser negadas'

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante visita ao parque nacional dos Everglades, na Flórida - Xinhua/Sun-Sentinel/ZUMAPRESS
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante visita ao parque nacional dos Everglades, na Flórida Imagem: Xinhua/Sun-Sentinel/ZUMAPRESS

22/04/2015 19h49

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (22) que as mudanças climáticas "não podem mais ser negadas", durante visita ao parque nacional dos Everglades, na Flórida, em uma tentativa de ressaltar os riscos que o meio ambiente enfrenta.

A menos de oito meses da conferencia de Paris, na qual se buscara alcançar um acordo para limitar o aumento da temperatura mundial a 2º C, o presidente americano quis marcar o Dia Mundial da Terra, celebrado nesta quarta, enviando uma mensagem para aqueles que "negam" ou "ignoram" o aquecimento global.

Obama advertiu que o aquecimento global está provocando no planeta "tempestades mais fortes" e "secas mais intensas", que afetam tanto a economia quanto o ecossistema, em discurso feito no Dia da Terra.

"As mudanças climáticas não podem mais ser negadas. Não podem ser deixadas de lado. Não podem ser deixadas de fora da conversa", afirmou.

Ao mesmo tempo em que pediu que os parques nacionais sejam protegidos para as próximas gerações, Obama também disse que preservá-los é economicamente indispensável.

Com uma superfície de cerca de 600.000 hectares, o parque dos Everglades, cujos pântanos são povoados com inúmeros crocodilos e jacarés, Everglades também é um lugar que reúne muitas espécies de aves aquáticas da América do Norte e um importante corredor migratório.

O aumento do nível do mar ameaça o ecossistema dos Everglades, o que por sua vez, representa um risco para a indústria do turismo na Flórida (sudeste dos EUA), que gera 82 bilhões de dólares, destacou.

A oposição republicana costuma usar o custo econômico das medidas para enfrentar as mudanças climáticas como uma razão por trás de seu ceticismo sobre o tema.

"Acredito que o clima muda porque nunca houve uma época em que o clima não mudasse", afirmou há alguns dias o senador da Flórida Marco Rubio, candidato à Casa Branca. "A pergunta é: que porcentagem disto está ligado à atividade humana?".



Contra as emissõesNo plano internacional, a Casa Branca tem mostrado a vontade de utilizar sua influência para impulsionar outros países a também se comprometerem com as reduções das emissões de CO2, como os Estados Unidos fizeram com a China.

Após o surpreendente acordo de novembro entre os dois principais emissores de gases de efeito estufa do planeta, Obama emergiu como líder de fato quando se aproxima a conferência de Paris.

Estampar sua assinatura em um texto ambicioso seria, sem dúvidas, uma vitoria para Obama, um ano antes de sua saída da casa Branca e seis anos depois de uma dolorosa derrota na cúpula de Copenhague.

Apesar da ressonância do acordo sobre redução de emissões com Pequim, os compromissos de Washington se mantém claramente inferiores ao que é considerado pela União Europeia (diminuição de 40% das emissões até 2030, em relação aos níveis de 1990).