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Britânico de 80 anos recupera a visão graças a olho biônico

Ray Flynn recebe olho biônico e recupera visão - Manchester Royal Eye Hospital/AFP
Ray Flynn recebe olho biônico e recupera visão Imagem: Manchester Royal Eye Hospital/AFP

Em Londres

22/07/2015 15h01

Um aposentado britânico de 80 anos parcialmente cego recuperou parte de sua visão graças a um olho biônico, um instrumento que transmite imagens de vídeo de uma câmera em miniatura instalada em seus óculos.

A Universidade de Manchester anunciou nesta quarta-feira (22) que a operação no engenheiro aposentado Ray Flynn foi realizada com êxito, indicando que se trata de uma novidade mundial devido às condições particulares de uma pessoa com 80 anos.

Flynn padecia de degeneração macular associada à idade (DMAE), uma afecção que leva à deficiência visual nos maiores de 50 anos, que aumenta com idade e que pode levar à perda da visão central.

Esse problema faz com que a visão da pessoa fique reduzida e a impede de ver coisas diante de si, como ler ou ver as pessoas.

Segundo o boletim médico, Flynn agora deseja voltar a ver as partidas de seu Manchester United, time inglês de futebol, e mexer com jardinagem.

"A evolução do senhor Flynn é realmente notória. Ele pode ver o contorno das pessoas e dos objetos", afirmou o professor Paulo Stanga, que conduziu a operação de quatro horas de duração.

"A versão seca da DMAE é uma afecção comum, mas intratável. No mundo ocidental, é a principal causa da perda de visão. Infelizmente, com uma população cada vez mais idosa, está ficando cada vez mais comum", acrescentou.

O dispositivo foi implantado em junho e ativado em 1º de julho.

As enfermidades degenerativas da retina, como a DMAE, afetam 30 milhões de pessoas no mundo, segundo a organização americana Foundation Fighting Blindness (FFB).

As retinas biônicas já não estão restritas ao mundo da ficção científica, pois existem para ajudar as pessoas cegas ou parcialmente cegas.

Com elas, as imagens capturadas pela câmera miniaturizada se transformam em pequenos impulsos elétricos que transmitem por uma tecnologia wireless aos eletrodos situados na superfície da retina.

Depois, os eletrodos estimulam as células restantes e transmitem os padrões de luz ao cérebro, que finalmente são interpretados pelo paciente, o que permite que recupere a visão.