Especialistas da Unesco pedem proibição de "edição" genética
Paris, 5 Out 2015 (AFP) - O Comitê Internacional de Bioética da Unesco pediu nesta segunda-feira uma moratória sobre as técnicas de edição de DNA das células reprodutoras humanas, a fim de evitar uma modificação "contrária à ética" das características hereditárias dos indivíduos, o que pode impulsionar a eugenia.
Formado por cientistas, filósofos, juristas e ministros, o comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que se reuniu em Paris, publicou um relatório expondo sua "reflexão sobre o genoma humano e os direitos do homem".
O texto pede um amplo debate público sobre as modificações genéticas do DNA humano.
Em 2012 os pesquisadores desenvolveram uma técnica batizada "CRISPR-Cas9", que permite "inserir, retirar e corrigir o DNA de maneira simples e eficaz", ressaltou a Unesco em comunicado.
Esta técnica revolucionária vai de vento em popa nos laboratórios. A francesa Emmanuelle Charpentier e a norte-americana Jennifer Doudna, que desenvolveram o CRISPR-Cas9, aparecem como possíveis premiadas com o Nobel de Química.
O Comitê de Bioética da Unesco ressalta que esta "engenharia do genoma" é extremamente "promissora" para o bem da humanidade.
Mas este desenvolvimento parece "necessitar de precauções particulares e levanta sérias preocupações, particularmente caso esta edição do genoma humano seja aplicada" às células reprodutoras e "introduza modificações hereditárias que seriam transmitidas às gerações futuras", afirma o documento.
A técnica CRISPR-Cas9 "abre perspectivas para tratar, até mesmo curar, certas doenças de maneira simples e eficaz", como a anemia falciforme (ndlr: uma doença hereditária nos glóbulos vermelhos), a fibrose cística e alguns tipos de câncer, apontou a organização.
Mas a terapia também pode facilitar a modificação do DNA humano a fim, por exemplo, de "determinar a cor dos olhos dos bebês" para alguns pesquisadores que trabalham com os embriões, os óvulos ou o esperma, alertou a Unesco.
"As intervenções no genoma humano devem ser autorizadas apenas para razões de prevenção, diagnóstico e terapia e sem que isso leve a modificações para a descendência", estimou o comitê. "Caso contrário, corremos o risco de ameaçar a igualdade e a dignidade de todos os seres humanos e fazer renascer a eugenia".
O Comitê Internacional de Bioética (CIB) da Unesco, criado em 1993, é composto por 36 especialistas independentes que analisam o progresso das pesquisas nas ciências da vida e suas aplicações "garantindo o respeito aos princípios de dignidade e liberdade da pessoa humana".
Formado por cientistas, filósofos, juristas e ministros, o comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que se reuniu em Paris, publicou um relatório expondo sua "reflexão sobre o genoma humano e os direitos do homem".
O texto pede um amplo debate público sobre as modificações genéticas do DNA humano.
Em 2012 os pesquisadores desenvolveram uma técnica batizada "CRISPR-Cas9", que permite "inserir, retirar e corrigir o DNA de maneira simples e eficaz", ressaltou a Unesco em comunicado.
Esta técnica revolucionária vai de vento em popa nos laboratórios. A francesa Emmanuelle Charpentier e a norte-americana Jennifer Doudna, que desenvolveram o CRISPR-Cas9, aparecem como possíveis premiadas com o Nobel de Química.
O Comitê de Bioética da Unesco ressalta que esta "engenharia do genoma" é extremamente "promissora" para o bem da humanidade.
Mas este desenvolvimento parece "necessitar de precauções particulares e levanta sérias preocupações, particularmente caso esta edição do genoma humano seja aplicada" às células reprodutoras e "introduza modificações hereditárias que seriam transmitidas às gerações futuras", afirma o documento.
A técnica CRISPR-Cas9 "abre perspectivas para tratar, até mesmo curar, certas doenças de maneira simples e eficaz", como a anemia falciforme (ndlr: uma doença hereditária nos glóbulos vermelhos), a fibrose cística e alguns tipos de câncer, apontou a organização.
Mas a terapia também pode facilitar a modificação do DNA humano a fim, por exemplo, de "determinar a cor dos olhos dos bebês" para alguns pesquisadores que trabalham com os embriões, os óvulos ou o esperma, alertou a Unesco.
"As intervenções no genoma humano devem ser autorizadas apenas para razões de prevenção, diagnóstico e terapia e sem que isso leve a modificações para a descendência", estimou o comitê. "Caso contrário, corremos o risco de ameaçar a igualdade e a dignidade de todos os seres humanos e fazer renascer a eugenia".
O Comitê Internacional de Bioética (CIB) da Unesco, criado em 1993, é composto por 36 especialistas independentes que analisam o progresso das pesquisas nas ciências da vida e suas aplicações "garantindo o respeito aos princípios de dignidade e liberdade da pessoa humana".
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