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Manifestações pelo clima começam na Austrália, Paris se prepara para conferência

27/11/2015 20h02

Paris, 27 Nov 2015 (AFP) - As manifestações planetárias pelo clima tiveram início na Austrália nesta sexta-feira, às vésperas da conferência COP21 de Paris, que, na segunda-feira, receberá líderes de mais de 150 países, sob medidas extremas de segurança após os atentados de 13 de novembro.

Dezenas de milhares de pessoas irão se manifestar na cidade australiana de Melbourne para exigir dos dirigentes mundiais uma ação resoluta que freie o aquecimento causado, em boa medida, pela combustão de energias fósseis.

Neste sábado e domingo, mais de 50 marchas estão previstas em Manila, Tóquio, Sidney, Nova Délhi, Campala, São Paulo, Londres, México, Nova York e Bogotá

Após os ataques, a França anunciou que manteria a conferência mundial destinada a concluir o primeiro acordo de 195 países contra as mudanças climáticas, consideradas um dos grandes desafios mundiais do século XXI, junto com a luta contra o terrorismo.

Muitos países confirmaram sua participação nos dias seguintes aos atentados na França. "É um sinal forte de vontade, solidariedade e compromisso", estimou, na quinta-feira, a ministra francesa de Ecologia, Ségolène Royal.

Mas o presidente, François Hollande, afirmou nesta sexta-feira em Malta, como convidado da conferência da Commonwealth, que o evento em Paris não deveria "transformar-se em uma reunião internacional sobre a luta contra o terrorismo".

A quantidade de participantes esperada é inédita para uma COP: 40 mil pessoas, entre elas 10 mil governantes de 195 países, 14 mil representantes da sociedade civil e especialistas, três mil jornalistas e milhares de visitantes.

Impacto mundial A França instaurou estado de emergência por três meses e prevê medidas excepcionais para garantir a segurança em Paris e o lugar da conferência, no parque de exposições de Le Bourget, ao norte da capital.

Foi restabelecido o controle nas fronteiras, onde concentraram 8 mil policiais e militares, e outros 2.800 que serão postos no lugar da conferência, uma pequena "cidade verde" de aproximadamente 16 hectares, criada especialmente para o evento.

Os principais eixos de trânsito permanecerão fechados para a circulação no domingo e segunda-feira para permitir o fluxo de carros oficiais. Os parisienses foram convidados a permanecer em suas casas.

As consultas informais entre os governantes iniciaram na sede da Unesco esta semana. Como sinal de que o tempo é curto para chegar a um acordo antes de 11 de dezembro, o chanceler francês e presidente da COP21 Laurent Fabius reunirá, no domingo, uma plenária de chefes de delegações para acordar um método de trabalho antes da inauguração oficial na segunda-feira.

Nas próximas semanas, o limite de cada país deverá dar lugar a questões relacionados aos temas-chave, como os financiamentos Norte-Sul, a formulação de um objetivo comum a longo prazo para reduzir as emissões de gás do efeito estufa e um mecanismo de revisão dos 170 compromissos nacionais e apresentados pelos países.

O objetivo da comunidade internacional é limitar a 2ºC o aquecimento do planeta, que já ganhou 0,8ºC desde a era pré-industrial.

De momento, os compromissos voluntários dos países para reduzir suas emissões de gás de efeito estufa para 2025 ou 2030 permitirão diminuir o aumento previsto para o termômetro de 4-5º a 3ºC, além dos 2ºC já estabelecidos.