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Ambientalistas temem que acordo do clima se esvazie nas últimas horas

11/12/2015 10h39

Le Bourget, França, 11 dez 2015 (AFP) - ONGs e figuras da luta contra as mudanças climáticas pediram maiores esforços para que o acordo do clima, que pode ser assinado no sábado em Paris, não seja esvaziado de substância nas últimas discussões.

- A WWF destaca a decisão de colocar um limite "bem abaixo dos 2ºC" ao aumento da temperatura global, com uma referência a 1,5ºC. "É um sinal encorajador, mas os países que contrairão este compromisso ainda devem informar de que maneira (...) o cumprirão", disse Tasneem Essop, chefe da delegação desta organização ecologista nas negociações de Paris (COP21).

- A CARE ressalta que "restam 24 horas para alcançar um acordo justo, igualitário e ambicioso", mas que as últimas discussões "não devem ser feitas em detrimento dos países mais vulneráveis".

- A ATTAC (altermundialistas ou movimento de globalização alternativa) acredita, por sua vez, que isso já ocorreu, ao afirmar que o projeto de acordo "não permite desativar a bomba climática". "Uma conferência internacional toma às vezes decisões valentes e visionárias. Não foi isso o que ocorreu na COP21, com um acordo muito abaixo das mudanças exigidas", sustenta.

- NICOLAS HULOT, da Fundação que leva seu nome e delegado do presidente François Hollande para questões climáticas, acredita que "todas as esperanças ainda são possíveis", mas que "a janela de possibilidades diminui". "Peço aos chefes de Estado que demonstrem grandeza neste momento crucial para a humanidade", declara.

- NICHOLAS STERN, do Grantham Research Institute on Climate Change, se inclina por uma visão mais otimista, já que acredita que esta COP já demonstrou que a oposição sobre ecologia e crescimento econômico era falsa. "É possível, e se deve, crescer melhor com um melhor clima", proclama.