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Bebês infectados por zika podem desenvolver microcefalia no 1° ano de vida

BBC/Associated Press
Imagem: BBC/Associated Press

Em Miami

22/11/2016 19h40

Alguns bebês infectados pelo vírus da zika nascem aparentemente saudáveis, mas têm malformações cerebrais e depois desenvolvem a microcefalia, um crescimento da cabeça abaixo da média, segundo um estudo divulgado na terça-feira.

Os Centros de Controle e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos (CDC) estudaram 13 casos no Brasil de bebês cujas mães tiveram zika durante a gravidez.

"Destes, 11 desenvolveram microcefalia mais tarde", afirmaram os cientistas. "Este crescimento anormalmente lento da cabeça foi acompanhado por sérias complicações neurológicas".

Além disso, sete dos 13 bebês sofreram de epilepsia e "todos tinham problemas de motricidade similares aos de uma paralisia cerebral", acrescentou o estudo.

Os recém-nascidos foram observados durante seu primeiro ano de vida e, portanto, eram pequenos demais para que suas deficiências cognitivas pudessem ser avaliadas.

Os pesquisadores já sabiam que o zika podia causar microcefalia e problemas no desenvolvimento cerebral mesmo quando não havia sinais externos de microcefalia. 

"Uma microcefalia pode não ser evidente no nascimento, mas se desenvolver mais tarde com anormalidades cerebrais subjacentes", disse o estudo.

No entanto, nem todos os bebês nascidos após terem sido expostos ao zika desenvolveram este tipo de problemas, e os pesquisadores ressaltam que o estudo não mostra a incidência com que a microcefalia pode se desenvolver depois do nascimento.

Os especialistas pedem, porém, aos ginecologista que realizem tomografias cerebrais nos fetos expostos ao zika e que façam acompanhamento médico do seu desenvolvimento nos meses posteriores ao nascimento.