Como o que consumimos afeta as espécies ameaçadas
Paris, 4 Jan 2017 (AFP) - Que impacto tem consumir nos Estados Unidos um café centro-americano ou um azeite de oliva espanhol para a fauna dos países de origem desses produtos? Pela primeira vez, um mapa global detalha como as exportações ameaçam as espécies.
O estudo, publicado nesta quarta-feira, divulga aos consumidores dos Estados Unidos, China, Japão e União Europeia como os produtos exportados têm um impacto sobre a biodiversidade que se encontram a milhares de quilômetros.
Para obter café ou tofu, por exemplo, foram arrasadas florestas em Mato Grosso (Brasil) ou Sumatra (Indonésia), agravando a situação das espécies já em risco de extinção.
Os produtos manufaturados, de iPhones a móveis Ikea, também contribuem para o declínio da vida selvagem, de acordo com o estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution.
Um estudo anterior havia concluído que 30% das espécies ameaçadas haviam chegado a esta situação em razão do comércio internacional.
O novo relatório, que incidiu sobre cerca de 7.000 espécies marinhas e terrestres ameaçadas, aponta para os países que colocam a biodiversidade em perigo devido aos produtos que importam.
Assim, o consumo nos Estados Unidos ameaça as espécies na costa leste e oeste do sul do México, na América Central, no sul da Europa, Sahel, Sudeste Asiático ou Canadá.
Uma das revelações é que a produção de azeite na Espanha e Portugal que se exporta para os Estados Unidos tem um efeito direto sobre o lince-ibérico - em perigo de extinção - devido à construção de barragens para controle de irrigação.
Outro fato: cerca de 2% da ameaça sobre a rã arlequim no Brasil pode ser atribuída diretamente a produção de bens para os Estados Unidos.
No sul do Brasil, o desmatamento para os pastos destinados à pecuária põe em perigo o macaco aranha, uma espécie também ameaçada pela produção de café na América Central.
Extinção em massa"Nós identificamos lugares ameaçados principalmente por um pequeno número de países", disse à AFP um dos autores do estudo, Keiichiro Kanemoto, professor da universidade japonesa de Shinshu.
O mapa "deveria facilitar a colaboração direta entre produtores e consumidores", acrescentou.
Atualmente, 90% dos mais de 6 bilhões de dólares mobilizados a cada ano para a conservação das espécies é investido em países ricos onde o dinheiro é recolhido.
Para os especialistas, é urgente encontrar novas soluções para a perda de biodiversidade.
A Terra entrou em uma era de "extinção em massa", em que animais e plantas estão desaparecendo 1.000 vezes mais rápido do que alguns séculos atrás, de acordo com cientistas.
Nos últimos 500.000 anos houve apenas seis eventos como este e alguns deles exterminaram 95% de todas as formas de vida.
Os cálculos deste estudo não cobrem o impacto do comércio ilegal na vida selvagem, tais como a caça de elefantes para obter marfim, ou captura de pássaros exóticos e répteis para venda como animais de estimação.
Muitos animais e plantas estão protegidos pela Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção e Fauna e Flora Selvagens (CITES).
Mas o tráfico ilegal, no valor de 150.000 milhões de dólares por ano, ainda continua forte.
O estudo, publicado nesta quarta-feira, divulga aos consumidores dos Estados Unidos, China, Japão e União Europeia como os produtos exportados têm um impacto sobre a biodiversidade que se encontram a milhares de quilômetros.
Para obter café ou tofu, por exemplo, foram arrasadas florestas em Mato Grosso (Brasil) ou Sumatra (Indonésia), agravando a situação das espécies já em risco de extinção.
Os produtos manufaturados, de iPhones a móveis Ikea, também contribuem para o declínio da vida selvagem, de acordo com o estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution.
Um estudo anterior havia concluído que 30% das espécies ameaçadas haviam chegado a esta situação em razão do comércio internacional.
O novo relatório, que incidiu sobre cerca de 7.000 espécies marinhas e terrestres ameaçadas, aponta para os países que colocam a biodiversidade em perigo devido aos produtos que importam.
Assim, o consumo nos Estados Unidos ameaça as espécies na costa leste e oeste do sul do México, na América Central, no sul da Europa, Sahel, Sudeste Asiático ou Canadá.
Uma das revelações é que a produção de azeite na Espanha e Portugal que se exporta para os Estados Unidos tem um efeito direto sobre o lince-ibérico - em perigo de extinção - devido à construção de barragens para controle de irrigação.
Outro fato: cerca de 2% da ameaça sobre a rã arlequim no Brasil pode ser atribuída diretamente a produção de bens para os Estados Unidos.
No sul do Brasil, o desmatamento para os pastos destinados à pecuária põe em perigo o macaco aranha, uma espécie também ameaçada pela produção de café na América Central.
Extinção em massa"Nós identificamos lugares ameaçados principalmente por um pequeno número de países", disse à AFP um dos autores do estudo, Keiichiro Kanemoto, professor da universidade japonesa de Shinshu.
O mapa "deveria facilitar a colaboração direta entre produtores e consumidores", acrescentou.
Atualmente, 90% dos mais de 6 bilhões de dólares mobilizados a cada ano para a conservação das espécies é investido em países ricos onde o dinheiro é recolhido.
Para os especialistas, é urgente encontrar novas soluções para a perda de biodiversidade.
A Terra entrou em uma era de "extinção em massa", em que animais e plantas estão desaparecendo 1.000 vezes mais rápido do que alguns séculos atrás, de acordo com cientistas.
Nos últimos 500.000 anos houve apenas seis eventos como este e alguns deles exterminaram 95% de todas as formas de vida.
Os cálculos deste estudo não cobrem o impacto do comércio ilegal na vida selvagem, tais como a caça de elefantes para obter marfim, ou captura de pássaros exóticos e répteis para venda como animais de estimação.
Muitos animais e plantas estão protegidos pela Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção e Fauna e Flora Selvagens (CITES).
Mas o tráfico ilegal, no valor de 150.000 milhões de dólares por ano, ainda continua forte.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.