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Chá de hortelã pode reduzir excesso de pêlos na mulher, diz estudo

20/02/2007 11h30

Chá de hortelã pode ajudar a controlar o excesso de pêlos em mulheres, dizem pesquisadores turcos.

Segundo um estudo, tomar chá de hortelã duas vezes por dia reduz os níveis de hormônio sexual masculino no corpo da mulher.

O hormônio causa o crescimento excessivo de pêlos escuros e grossos na barriga, seios e rosto (condição chamada de hirsutismo).

O estudo foi realizado pela Universidade Suleyman Demirel, em Isparta, e publicado na revista especializada Phytotherapy Research.

O hirsutismo geralmente é ligado a desequilíbrios hormonais e é comum entre mulheres que têm a síndrome do ovário policístico.

A condição é normalmente tratada com drogas que reduzem os níveis do hormônio andrógeno, ou masculino, no corpo da mulher.

Os cientistas turcos dizem que a hortelã pode ser uma alternativa boa e natural.

Toda mulher produz uma quantidade pequena de hormônios masculinos, entre eles a testosterona. No entanto, uma produção maior desses hormônios pode levar ao crescimento excessivo de pêlos.

De acordo com os pesquisadores, o consumo da hortelã havia sido associado a uma redução na libido de homens em uma cidade chamada Isparta, no sudoeste da Turquia.

Para estudar os efeitos da planta em mulheres, 21 voluntárias com hirsutismo, 12 sofrendo da síndrome do ovário policístico, tomaram dois copos de chá de hortelã por dia durante cinco dias.

Cada copo foi preparado com 250ml de água fervente e 5 gramas de folhas secas. A infusão foi bebida entre cinco e dez minutos após o preparo.

Os pesquisadores verificaram uma diminuição significativa nos níveis de testosterona ativa no sangue e um aumento em vários hormônios femininos.

Entretanto, não houve diminuição nos níveis gerais de testosterona, uma indicação de que o hormônio estava acoplado a proteínas na corrente sangüínea e inativo.

Para os cientistas turcos, é possível que a hortelã tenha a propriedade de afetar o metabolismo de hormônios como a testosterona ou influir diretamente na síntese de hormônios andrógenos.

A coordenadora do estudo, Mehmet Numan Tamer, disse que é preciso fazer mais pesquisas sobre o assunto.

"Este estudo mostra que a hortelã pode ser uma alternativa boa e natural para mulheres com sintomas leves".

"Agora precisamos fazer mais estudos para testar a confiabilidade desta descoberta, e para ver até que ponto a redução nos andrógenos ajuda mulheres com hirsutismo leve".

Comentando a pesquisa, Richard Sharpe, da unidade de Human Reproductive Sciences do Medical Research Council, em Edimburgo, disse que o estudo é mais uma indicação de que plantas podem ter efeito em hormônios humanos.

Mas recomendou às mulheres que sofrem de hirsutismo ou da síndrome do ovário policístico que façam um tratamento médico.

"A mudança (produzida pela hortelã) é relativamente modesta e eles não mostraram no estudo se haveria qualquer conseqüência para as mulheres", disse Sharpe.

"Para muitos compostos derivados de plantas, é difícil usar este tipo de observação genérica para estudar os mecanismos e descobrir qual é o composto ativo", acrescentou.