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Cientistas encontram floresta fóssil gigante em mina nos EUA

BBC Brasil

24/04/2007 10h22

Cientistas encontraram os restos fossilizados do que acreditam ser uma das primeiras florestas tropicais do mundo, com uma idade estimada de 300 milhões de anos.

A floresta tropical, da era Carbonífera, era composta de uma grande variedade de plantas extintas, como uma espécie de musgo gigante que chegava a 40 metros de altura, enormes samambaias e arbustos.

Trata-se ainda da maior floresta fóssil jamais encontrada, cobrindo dez mil hectares.

A descoberta foi feita em uma mina de carvão no Estado americano de Illinois por cientistas americanos e britânicos.

Terremoto

A floresta foi preservada por causa de um forte terremoto que ocorreu há cerca de 300 milhões de anos. O tremor fez com que toda a região desabasse para abaixo do nível do mar, onde a mata foi enterrada pela lama, sendo preservada até hoje.

"Essas são florestas realmente bizarras para a mente moderna", disse Howard Falcon-Lang, da Universidade de Bristol. "Eram florestas dominadas por musgos de 40 metros de altura (?), o tipo de planta que você só vê crescendo alguns poucos centímetros hoje em dia, atingindo um ou dois metros."

Segundo ele, os insetos que viviam nessa floresta também eram especialmente grandes, incluindo libélulas com asas gigantes e tatuzinhos-de-jardim de dois metros de comprimento.

"Foi uma experiência incrível. Nós dirigimos na mina em um veículo blindado até estarmos cem metros abaixo da superfície."

"A floresta fossilizada está enraizada no topo da mina, então está visível no teto onde o carvão foi retirado."

Conhecimentos

"Nós andamos por milhas e milhas ao longo de passagens completamente escuras com a floresta fossilizada acima de nossas cabeças. Nós conseguimos fazer um mapa da floresta usando a luz de nossas lanternas de mineiros", disse Falcon-Lang.

Segundo os cientistas, a descoberta traz importantes conhecimentos sobre esse tipo de vegetação.

"Como não há nada (como essa floresta) hoje em dia, antes de nosso trabalho sabíamos muito pouco sobre as preferências ecológicas e a estrutura comunitária dessas plantas antigas", disse Falcon-Lang.

"Essa descoberta espetacular nos permite mapear como a composição de espécies da floresta mudava ao longo da paisagem e como essa composição era afetada por diferenças sutis no meio-ambiente local."

A pesquisa foi publicada na revista especializada Geology.