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EUA quer que Brasil assine tratado de preservação florestal

Bruno Garcez<br/> Bruno Garcez, enviado especial a Nova York <br/>

30/04/2007 15h05

A subsecretaria de Estado americana, Paula Dobriansky, pediu que o Brasil assine com os Estados Unidos o tratado de conservação de florestas tropicais.

O projeto foi criado pelo governo americano em 1998 e oferece a países em desenvolvimento o perdão de dividas com os Estados Unidos e a geração de fundos para preservação ambiental.

O programa é implantado por meio de acordos bilaterais. Entre as nações latino-americanas que já foram beneficiadas pelo tratado estão Peru, Colômbia, Paraguai e Panamá.

O pedido da subsecretária foi feito durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável realizado nesta segunda-feira em Nova York. O evento conta com a presença dos ex-presidentes americanos Bill Clinton e George H. W. Bush, pai do atual líder americano.

O Fórum foi realizado pela ONG Associação das Nações Unidas-Brasil e contou com a presença de inúmeros políticos brasileiros, entre eles o senador e ex-presidente José Sarney, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Biocombustíveis

De acordo com Departamento de Estado, o tratado de conservação de florestas tropicais é capaz de gerar até US$ 60 milhões (cerca de R$ 120 milhões) em iniciativas voltadas para a preservação ambiental.

"Esperamos que o Brasil se junte a nós e assine o tratado", afirmou a subsecretária.

"Com isso é possível aliviar a dívida com os Estados Unidos e investir em recursos para preservação de florestas e espécies de animais."

A subsecretária disse ainda ser preciso tomar uma série de medidas para ampliar o uso mundial de biocombustíveis.
Segundo Dobriansky, "os elementos-chave são redução dos custos de produção dos biocombustíveis, as demandas pelo uso da terra, e as pressões no preço das rações para animais."

Os Estados Unidos vêm enfrentando uma elevação do preço do milho e nos valores de terras cultiváveis devido à produção de etanol.

A versão americana do biocombustível é produzida a partir do milho. Com a crescente demanda pelo cereal, aumentou também a quantidade de terras necessárias para cultivar milho.