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Olimpíadas 2012: Prefeito critica filme que causou ataques epiléticos

BBC Brasil

06/06/2007 15h18

O prefeito de Londres, Ken Livingstone, afirmou que os autores do vídeo promocional das Olimpíadas de 2012 não deveriam receber "um centavo" pelo filme - que teria provocado ataques epiléticos quase 20 pessoas.

O trecho que teria provocados os ataques, uma seqüência de animação no meio do filme, já foi tirado do site do comitê de organização das Olimpíadas.

Nas palavras do prefeito londrino, os autores do vídeo não devem ganhar "um centavo" pelo "erro catastrófico" que cometeram.

"Quem vai voltar a uma firma como essa e para fazer um trabalho desses. É um erro básico", disse Livingstone.

O cientista que criou o teste usado para medir níveis de sensibilidade à luz em imagens de televisão, Graham Harding, disse que o vídeo não deveria mais ser exibido.

A ONG Epilepsy Action informou que recebeu telefonemas de 18 pessoas que disseram ter sofrido ataques depois de ver as imagens.

O vídeo mistura desenhos de cores fortes e imagens da cidade e de pessoas praticando esportes. Os desenhos formam o novo logotipo para o evento, revelado na segunda-feira.

Padrões

Harding é especialista em neurofisiologia e criador de um teste que todos os vídeos de propaganda precisam fazer para garantir que não vão induzir ataques em pessoas com epilepsia.

Ele disse que o vídeo não atende aos padrões oficiais estabelecidos pelo teste.

Um ouvinte de uma rádio local da BBC em Londres informou ter sofrido um ataque epilético enquanto assistia às imagens na televisão. A namorada dele também teve um ataque e precisou de atendimento médico.

"O logo apareceu na TV, eu estava pensando nos jogos de 2012 e então eu apaguei", disse.

A ONG Epilepsy Action disse que as imagens podem afetar 23 mil pessoas na Grã-Bretanha que sofrem de epilepsia sensível à luz.

Segundo a ONG as imagens até desencadearam ataques epiléticos em pessoas que passaram muito tempo sem apresentar problema algum.

"A marca incorpora os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, o que é irônico, pois o último é uma chance de mostrar atletas portadores de deficiência", disse um porta-voz da ONG.

"As pessoas podem passar anos lutando para conseguir controlar os ataques e é importante que nada coloque isso em perigo", acrescentou.