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Dengue deixa 71 municípios brasileiros 'em alerta'

20/11/2008 13h34

Levantamento do Ministério da Saúde sobre a infestação por dengue mostra que 71 municípios brasileiros estão "em alerta". Desses, 14 são capitais.

A classificação inclui as localidades onde foram encontrados focos do mosquito em 1% a 3,9% dos domicílios visitados. Entre as capitais em estado de alerta estão Salvador (3,4%), Porto Velho (3,3%), Rio Branco (3,3%) e Rio de Janeiro (2,9%).

A pesquisa do Ministério da Saúde foi realizada em 161 municípios. O grupo considerado em situação "satisfatória" (menos de 1% de domicílios infestados) subiu de 53,8% para 57,8%.

A situação é considera "de risco" (acima de 4%) em cinco municípios: Epitaciolândia (AC), Várzea Grande (MT), Mossoró (RN), Itabuna (BA) e Camaçari (BA). Dessas cidades, o pior índice foi registrado em Epitaciolândia, localizada na divisa com a Bolívia. Ali, o índice médio ficou em 7,4% - contra 1,1% no ano passado.

Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro, que passou por um surto de dengue no início do ano, conseguiu reduzir seu índice médio, de 3,7% para 2,9%. No entanto, a cidade ainda apresenta o pior índice de todo o Estado.

Algumas cidades fluminenses também apresentam regiões críticas. O município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tem índice médio de 0,9%, mas em alguns bairros o índice sobe para 9,8%.

Em São Paulo, apenas três municípios encontram-se em alerta. O Ministério da Saúde chama atenção para a cidade de São Sebastião, no litoral, onde o índice de infestação subiu de 2,3% para 2,8%.

A região Sul apresenta os melhores índices do país, com 0,6% de domícilios infestados. No ano passado, porém, esse número era zero.

Combate Durante a divulgação do relatório, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fez um pedido para que as equipes de transição - que estão para assumir as prefeituras - não esperem até o ano que vem para adotar estratégias contra a dengue.

"As ações devem começar já", disse o ministro.

Ele informou ainda que a verba para combate à dengue ganhou mais R$ 200 milhões este ano, somando agora R$ 1,08 bilhão.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que vai colocar à disposição do Ministério da Saúde um efetivo com 2,321 mil militares. Eles serão chamados a campo quando e se houver necessidade e estarão a postos em 24 horas, segundo Jobim.

"Antes se recorria ao Exército em cima de um fato já ocorrido, o que levava normalmente 15 dias", disse o ministro. Foco O levantamento mostrou ainda quais são os principais focos da doença em cada região.

No Nordeste, o abastecimento precário de água foi responsável por 62,1% dos focos encontrados. "Não podemos destruir esses depósitos. Precisamos ter investimentos básicos nessas regiões em relação a isso (abastecimento)", disse Jobim.

Já na região Sudeste, os vilões são os depósitos domiciliares, que incluem, por exemplo, vasos e pneus destampados. Esses recipientes responderam por 48,7% dos focos de mosquito encontrados.
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