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Estudo descobre espécies marinhas idênticas nos dois polos

Da BBC Brasil

16/02/2009 08h20

Pelo menos 235 espécies marinhas vivem nos dois polos do planeta, separadas por uma distância de cerca 12 mil quilômetros. A afirmação foi feita no Censo de Vida Marinha, um levantamento que começou a ser realizado em 2000 para marcar o Ano Internacional Polar, e será publicado em outubro de 2010. O levantamento envolveu 500 pesquisadores de mais de 25 países.

Russ Hopcroft, Universitry of Alaska, Fairbanks, Census of Marine Life
O censo envolveu mais de 500 pesquisadores de 25 países diferentes
Russ Hopcroft, Universitry of Alaska, Fairbanks, Census of Marine Life
A presença de espécies menores nos dois pólos chamou a atenção dos cientistas
Russ Hopcroft, Universitry of Alaska, Fairbanks, Census of Marine Life
Sistemas de correntes ajudam no transporte das criaturas pelos oceanos
Cientistas ficaram surpresos ao encontrar as mesmas espécies vivendo nos dois polos.

"Algumas das espécies mais óbvias, como pássaros e baleias migram entre os polos todos os anos", explicou Ron O'Dor, um dos cientistas que lideraram o censo. Ele afirmou, entretanto, que a presença de criaturas menores, como minhocas vivendo na lama, pepinos-do-mar e lesmas marinhas nos dois polos chamou a atenção dos pesquisadores do projeto.

A lesma Cliona limacina, também conhecida como borboleta do mar, foi encontrada nas águas geladas tanto do Ártico como da Antártida.

O'Dor disse que a distância de 12 mil quilômetros entre os dois habitats não representou um obstáculo para a vida marinha, assim como as montanhas não são obstáculo para espécies terrestres.

"Os oceanos são um território mesclado", disse ele à BBC News. "Existem todos os tipos de correntes que permitem as coisas se locomoverem." Ele também acrescentou que as temperaturas nos oceanos não variavam o suficiente para servir como uma barreira térmica.

"O oceano profundo nos polos cai a uma temperatura que chega a -1º C, mas o oceano profundo na linha do Equador não passa de 4º C." "Existe uma continuidade no oceano como resultado de grandes sistemas de correntes, que chamamos de 'cinturão condutor'. Muitos destes animais têm estágios de ovos e larva que podem ser transportados nesta água."
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