Ajuda contra mudanças climáticas tem de incluir Brasil, China e Índia, diz ONU
Em mais um capítulo na polêmica sobre o financiamento de ações contra mudanças climáticas em países em desenvolvimento, o secretário-executivo das Nações Unidas para o clima, Yvo de Boer, defendeu nesta terça-feira que os países mais abastados do grupo - Brasil, China e Índia - também devem ter acesso aos fundos.
Existe uma corrente entre negociadores das nações ricas que defende a exclusão destes países do grupo dos em desenvolvimento, por terem saído "fortalecidos" da crise econômica mundial.
"O dinheiro deve ser concentrado em projetos em todos os países pobres e em desenvolvimento. Os grandes países (em desenvolvimento) também devem ter acesso, mas isso vai depender de cada projeto apresentado", afirmou Boer.
No entanto, o negociador da União Europeia, Arthur Runge-Metzger confirmou que a primeira opção da União Europeia é repassar recursos públicos aos países mais pobres, já que economias emergentes como Brasil e China já estariam recebendo a maior parte dos recursos levantados com créditos de carbono.
"Por que deveríamos dar mais dinheiro a estes países se eles já recebem grande parte dos projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo)? Talvez seja melhor você perguntar o que os países mais pobres acham disso", respondeu o negociador a uma jornalista brasileira na entrevista coletiva do bloco.
Posição brasileira Na segunda-feira, o negociador-chefe do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, afirmou que o país não deixará de investir recursos próprios em ações de mitigação e adaptação - como projetos de Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação).
"O financiamento tem que ser para todos os países, mas nós faremos mais e melhor se tivermos acesso a recursos internacionais", afirmou o diplomata.
Uma proposta ganhou força nos últimos encontros preparatórios antes da reunião de Copenhague é a criação de um fast start fund, ou seja, um fundo de acesso rápido no valor de US$ 10 bilhões por ano nos próximos três anos, para auxiliar os países mais pobres a lidar com os efeitos do aquecimento global.
Para o Brasil, este tipo de mecanismo também não seria aceitável sem que seja acompanhado de uma contrapartida de longo prazo.
"Não é possível sairmos daqui com um financiamento de curto prazo", afirmou Figueiredo.
'Acordo dinamarquês' O clima de desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento se aprofundou no segundo dia da conferência sobre o clima nesta terça-feira com a publicação pelo jornal britânico The Guardian de um documento que teria sido elaborado por líderes dinamarqueses, americanos e britânicos, entre outros.
Neste rascunho de uma declaração a ser assinada ao fim do encontro, fica patente a intenção de separar Brasil, China e Índia dos países mais pobres, além de introduzir metas de emissões obrigatórias para estes países.
Várias das propostas incluídas no documento indicam um afastamento dos princípios que norteiam o Protocolo de Kyoto, cujo primeiro período de validade vai até 2012.
Um observador do processo disse à BBC Brasil que em resposta ao documento dinamarquês, a China e outros países elaboraram um outro rascunho de acordo. No entanto, ele teria sido considerado "fraco" pelos negociadores brasileiros.
A delegação brasileira considera "inadmissível" o abandono dos princípios e mecanismos consagrados no Protocolo de Kyoto.
Existe uma corrente entre negociadores das nações ricas que defende a exclusão destes países do grupo dos em desenvolvimento, por terem saído "fortalecidos" da crise econômica mundial.
"O dinheiro deve ser concentrado em projetos em todos os países pobres e em desenvolvimento. Os grandes países (em desenvolvimento) também devem ter acesso, mas isso vai depender de cada projeto apresentado", afirmou Boer.
No entanto, o negociador da União Europeia, Arthur Runge-Metzger confirmou que a primeira opção da União Europeia é repassar recursos públicos aos países mais pobres, já que economias emergentes como Brasil e China já estariam recebendo a maior parte dos recursos levantados com créditos de carbono.
"Por que deveríamos dar mais dinheiro a estes países se eles já recebem grande parte dos projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo)? Talvez seja melhor você perguntar o que os países mais pobres acham disso", respondeu o negociador a uma jornalista brasileira na entrevista coletiva do bloco.
Posição brasileira Na segunda-feira, o negociador-chefe do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, afirmou que o país não deixará de investir recursos próprios em ações de mitigação e adaptação - como projetos de Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação).
"O financiamento tem que ser para todos os países, mas nós faremos mais e melhor se tivermos acesso a recursos internacionais", afirmou o diplomata.
Uma proposta ganhou força nos últimos encontros preparatórios antes da reunião de Copenhague é a criação de um fast start fund, ou seja, um fundo de acesso rápido no valor de US$ 10 bilhões por ano nos próximos três anos, para auxiliar os países mais pobres a lidar com os efeitos do aquecimento global.
Para o Brasil, este tipo de mecanismo também não seria aceitável sem que seja acompanhado de uma contrapartida de longo prazo.
"Não é possível sairmos daqui com um financiamento de curto prazo", afirmou Figueiredo.
'Acordo dinamarquês' O clima de desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento se aprofundou no segundo dia da conferência sobre o clima nesta terça-feira com a publicação pelo jornal britânico The Guardian de um documento que teria sido elaborado por líderes dinamarqueses, americanos e britânicos, entre outros.
Neste rascunho de uma declaração a ser assinada ao fim do encontro, fica patente a intenção de separar Brasil, China e Índia dos países mais pobres, além de introduzir metas de emissões obrigatórias para estes países.
Várias das propostas incluídas no documento indicam um afastamento dos princípios que norteiam o Protocolo de Kyoto, cujo primeiro período de validade vai até 2012.
Um observador do processo disse à BBC Brasil que em resposta ao documento dinamarquês, a China e outros países elaboraram um outro rascunho de acordo. No entanto, ele teria sido considerado "fraco" pelos negociadores brasileiros.
A delegação brasileira considera "inadmissível" o abandono dos princípios e mecanismos consagrados no Protocolo de Kyoto.
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