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Brasil vai revisar compra de ativos da BP em águas profundas, diz jornal britânico

16/06/2010 07h11

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai revisar um acordo que prevê a compra de ativos em águas profundas brasileiras pela BP, depois do vazamento de petróleo no Golfo do México, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira pelo diário britânico The Times.

Segundo os termos do acordo de US$ 7 bilhões, a BP adquire da empresa americana Devon Energy blocos exploratórios na Bacia de Campos e na Bacia do Parnaíba, além de ativos em águas profundas no Azerbaijão e no Golfo do México da empresa americana Devon Energy.

De acordo com o jornal, dois diretores da ANP viajarão a Houston, nos Estados Unidos, na semana que vem para questionar a BP sobre o acidente na plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, que causou o vazamento no Golfo do México.

O vazamento está sendo classificado como o pior desastre ambiental do tipo na história dos Estados Unidos.
A plataforma explodiu no último dia 20 de abril, causando a morte de 11 funcionários e provocando vazamento de dezenas de milhares de barris de petróleo por dia no mar em frente à costa da Louisiana.

Até agora, todas as tentativas da BP de conter o vazamento foram frustradas. A última tentativa, de colocar uma espécie de funil sobre o oleoduto para canalizar o óleo para um navio na superfície está conseguindo recuperar cerca de 18 mil barris de petróleo por dia, mas estimativas publicadas ontem afirmam que o vazamento diário pode chegar a 60 mil barris.

O acordo da BP com a Devon havia sido anunciado no último dia 11 de março, mas ainda não havia sido aprovado pela ANP.
Segundo o Times, o valor de mercado da empresa britânica caiu pela metade desde o início do vazamento. O presidente americano, Barack Obama, vem insistindo que a BP pague pela recuperação da área e ofereça compensação aos pescadores e comerciantes prejudicados pelo desastre.

“A possibilidade de que o contrato com a americana Devon Energy possa ser descosturado é o primeiro sinal de que os problemas da BP no Golfo estão começando a ter impacto sobre seus negócios globais”, afirma o jornal.