Cientistas descobrem fósseis de tartarugas em posição sexual
Tartarugas mortas e fossilizadas em posição sexual foram mostradas por cientistas em estudo divulgado nesta quarta-feira.
Os cientistas afirmam que este é o único exemplo de fósseis vertebrados preservados durante o acasalamento.
Os restos de animais de 47 milhões de anos foram descobertos na mina desativada de Pit Messel, perto de Darmstadt, na Alemanha.
Elas foram encontradas em pares macho-fêmea. Em dois casos, os machos ainda tinham suas caudas debaixo de suas parceiras, indicando a posição sexual.
Detalhes foram divulgados na publicação científica Biology Letters.
Pesquisadores acreditam que as tartarugas haviam iniciado sexo nas águas superficiais do lago que existia no local, e acabaram morrendo enquanto afundavam, por entrar em contato com as camadas mais profundas - tóxicas pela liberação de gases vulcânicos.
'Garrafa de champanhe'
Os corpos dos animais, ainda unidos, permaneceram enterrados nos sedimentos no fundo do lago.
"Vemos isso ocorrer em alguns lagos vulcânicos do leste da África", explicou o Dr. Walter Joyce, da Universidade de Tübingen.
"A cada poucas centenas de anos, estes lagos podem ter uma súbita explosão de dióxido de carbono, como a abertura de uma garrafa de champanhe, que envenena tudo em sua volta."
As tartarugas descritas na Biology Letters são da extinta espécie Allaeochelys Crassesculpta.
Eles tinham cerca de 20cm de comprimento com as fêmeas ligeiramente maiores que os machos.
Seus parentes vivos mais próximos são, provavelmente, as tartarugas nariz de porco (Carettochelys insculpta), uma espécie muito maior que nada em águas ao redor da Austrália e Papua Nova Guiné.
A Allaeochelys Crassesculpta é apenas uma das milhares de criaturas fósseis bem preservadas na Messel Pit, que tem estatuto de Patrimônio Mundial da Unesco devido a sua importância paleontológica.
'Durante o acasalamento'
Nove pares de tartarugas foram desenterrados no local nos últimos 30 anos.
Na maior parte dos pares, os indivíduos foram descobertos em contato uns com os outros. Para os pares que não estavam unidos, os indivíduos estavam a não mais do que 30 centímetros de distância.
"Há muito tempo especula-se sobre animais que poderiam ter morrido durante o acasalamento, o que é completamente diferente de realmente mostrar isso", disse Joyce.
"Nós demonstramos claramente que cada par é formado por um macho e uma fêmea, e não, por exemplo, apenas por dois homens que poderiam ter morrido em combate."
"Esse fato combinado com a observação de que as suas extremidades traseiras são sempre orientadas em direção ao outro, e os dois com cauda na posição de acasalamento, são as pistas (do ato sexual)."
Enquanto a descoberta é uma novidade em termos de vertebrados, para os invertebrados existem numerosos exemplos na literatura científica de insetos copulando sendo capturados em âmbar, ou resina de árvore fossilizada.
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