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Novo telescópio de raios X revela imagem inédita de buracos negros

O observatório de raios X NuStar detectou dois buracos negros (pontos roxos) na galáxia espiral IC 342, que fica na constelação da Girafa (Camelopardalis), a 7 milhões de anos-luz da Terra - Nasa/JPL-Caltech/DSS
O observatório de raios X NuStar detectou dois buracos negros (pontos roxos) na galáxia espiral IC 342, que fica na constelação da Girafa (Camelopardalis), a 7 milhões de anos-luz da Terra Imagem: Nasa/JPL-Caltech/DSS

08/01/2013 11h25

O observatório espacial de raios X de mais alta energia já lançado começou a compartilhar sua visão única do cosmos. Duas imagens feitas pelo NuSTAR, lançado em junho de 2012, foram divulgadas por pesquisadores durante a reunião semestral da Sociedade Astronômica Americana, na Califórnia.

Uma delas detalha os restos da supernova de Cassiopeia A e a outra mostra uma nova visão de dois buracos negros na galáxia espiral IC 342.

A missão NuSTAR tem como objetivo captar raios com energia mais alta do que os telescópios espaciais Chandra, dos Estados Unidos, e o europeu XMM-Newton, ambos lançados em 1999.

A equipe de pesquisadores do NuSTAR, liderados pela astrônoma Fiona Harrison, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, divulgou as imagens como uma demonstração prévia da capacidade do observatório.

"Essas imagens têm uma combinação de nitidez e sensibilidade que é de várias ordens de magnitude melhor do que jamais foi conseguido nessa região do espectro eletromagnético", afirmou Harrison.

Segundo ela, os pesquisadores ainda estão se acostumando com a arquitetura própria do telescópio, que tem seus equipamentos óticos de raios X em um braço flexível a cerca de 10 metros do detector. O observatório tem uma órbita de 90 minutos ao redor da Terra.

"Estamos aprendendo como apontá-lo, e estamos lidando com o fato de que, conforme contornamos a Terra, entramos e saímos da sombra", afirma. "O braço se move e temos um sistema de metrologia complicado que remonta todas as imagens para formar as imagens nítidas", diz.

A imagem da Cassiopeia A, localizada a 11 mil anos-luz de distância da Terra, mostra um anel de raios X de alta energia em torno dos dados existentes em comprimentos de onda visíveis ao olho humano, e dos raios X de baixa energia captados pelo Chandra.

A outra imagem, dos dois buracos negros inicialmente detectados pelo Chandra, são extraordinariamente vivos em raios-X de alta energia captados pelo NuSTAR.

Eles aparecem muito mais claramente do que buracos negros de tamanhos semelhantes - provendo o primeiro dos muitos mistérios que a equipe do NuSTAR espera revelar e resolver.