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Imagens de raio-X capturam 'mecanismo' de moscas durante voo

Cientistas fizeram imagem 3D de mosca durante o voo - Universidade de Oxford
Cientistas fizeram imagem 3D de mosca durante o voo Imagem: Universidade de Oxford

17/04/2014 11h08

Cientistas da Grã-Bretanha e da Suíça conseguiram capturar imagens de dentro do corpo de um inseto durante o voo.

Os pesquisadores usaram imagens de raios-X detalhadas e o resultado foi uma reconstrução em vídeo em 3D.

As imagens mostram o "motor" que permite o voo de uma mosca-varejeira, bem como os "músculos e articulações" que dão força às asas.

Os cientistas afirmam que as descobertas feitas a partir das imagens poderão ser úteis para a criação de microveículos voadores no futuro, que imitem o voo dos insetos.

A pesquisa foi publicada na revista especializada Plos Biology.

Asas rápidas

Simon Walker, do grupo de pesquisa em voo de animais da Universidade de Oxford e primeiro autor da pesquisa, explicou que a equipe usou um raio-X muito rápido e intenso para gravar movimentos extremamente velozes.

No tempo necessário para um humano piscar, uma mosca pode bater as asas 50 vezes.

"Os raios-X ficaram concentrados em uma área pequena, o que era necessário para conseguir alta resolução de um objeto tão pequeno. O tórax de uma mosca tem cerca de 4 milímetros de comprimento", disse Walker à BBC.

Os cientistas prenderam a pequena mosca a um suporte vertical que eles giraram enquanto a mosca passava pelo raio-X.

Ao combinar imagens feitas rapidamente do corpo do inseto, os pesquisadores produziram uma reconstrução em 3D da mosca durante o voo.

O raio-X também permite que os pesquisadores vejam através do tórax do inseto, revelando os músculos responsáveis pela força – coloridos com amarelo e vermelho nas imagens – e os minúsculos músculos que dão a direção para o voo – coloridos de verde e azul.

"Os músculos de direcionamento são responsáveis por guiar a batida das asas ao deformar o tórax", afirmou o pesquisador.

Uma das maiores surpresas dos cientistas, segundo Walker, é "o quanto de deformação você vê (no corpo da mosca), como tudo se dobra e aperta".

"E é incrível como estes músculos minúsculos têm um efeito tão grande."

Os músculos, segundo o cientista, formam apenas 3% da massa muscular da mosca, mas podem produzir "mudanças grandes e rápidas na direção" do voo.

Cientistas do mundo todo estão interessados em reproduzir de forma artificial o voo de insetos para produzir estes veículos.

Cientistas nos Estados Unidos, por exemplo, já conseguiram fazer o menor robô voador do mundo ao copiar os movimentos em alta velocidade das asas de uma mosca.

Os pesquisadores esperam que estes robôs possam ir até zonas de desastres, passando por pequenas aberturas em busca de sobreviventes.