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China constrói maior radiotelescópio do mundo para detectar 'vida extraterrestre'

STR/AFP
Imagem: STR/AFP

15/10/2015 08h07

A China está construindo o maior radiotelescópio do mundo na província de Guizhou, no sudoeste do país. Uma vez pronta, espera-se que a estrutura permita detectar sinais de rádio --potenciais indícios de vida extraterrestre-- em até 1 milhão de estrelas e sistemas solares.

As obras, que começaram em junho de 2011, devem terminar em setembro do ano que vem, a um custo estimado de US$ 110 milhões (R$ 420 milhões).

O Radiotelescópio Esférico de 500 metros de Abertura (ou FAST, na sigla em inglês) terá 4.600 painéis triangulares e será semelhante ao Observatório Arecebibo, em Porto Rico, pois usará uma cavidade natural (conhecida como "karst") para dar suporte ao disco do telescópio.

Atualmente, o Observatório Arecibo é atualmente o maior do mundo, com 305 metros de diâmetro.

Como o nome sugere, a estrutura terá um diâmetro de 500 metros.

A China espera que a alta precisão do radiotelescópio permita aos astrônomos estudar a Via Láctea e outras galáxias, além de detectar estrelas a milhões de distância da Terra.

Espera-se também que a estrutura funcione como uma poderosa estação terrestre para missões espaciais.

Vida extraterrestre

A maior expectativa, no entanto, é de que o radiotelescópio potencialize as buscas por vida extraterrestre.

Em julho deste ano, a Nasa, agência espacial americana, anunciou a descoberta do Kepler 452-B, um planeta com características semelhantes às da Terra e cuja proximidade com o Sol é ideal para apoiar uma atmosfera e água no estado líquido.

Segundo especialistas, porém, ainda não é possível detectar sinais de rádio, ou potenciais indícios de vida extraterrestre, com a infraestrutura disponível atualmente.

Eles acreditam, contudo, que o cenário se modifique com o início das operações do FAST - cuja área ocupa o equivalente a 30 campos de futebol.

Estrutura

O radiotelescópio vai usar uma superfície ativa que se ajusta para criar parábolas em diferentes direções, com um disco de 300 metros de diâmetro.

Isso significa que a estrutura não vai apontar diretamente para cima, mas permitirá observar o céu a um ângulo de 40 graus.

A depressão Karst, onde o radiotelescópio está sendo construído, é grande o suficiente para acomodar a estrutura de 500 metros de diâmetro e permitir que ela seja posicionada a um ângulo de 40 graus.

Segundo os responsáveis pela construção, o refletor principal irá corrigir o desvio esférico do chão sem sistemas de alimentação complexos.