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Atualizado pela 1ª vez em 30 anos, atlas traz 12 'novos' tipos de nuvens

Atlas Internacional de Nuvens
Imagem: Atlas Internacional de Nuvens

27/03/2017 21h24

Doze “novos" tipos de nuvens - incluindo uma rara formação semelhante à superfície do oceano - foram reconhecidos pela primeira vez no Atlas Internacional de Nuvens.

Elaborada inicialmente em 1896, a publicação é uma importante referência global na observação e identificação de nuvens, usada por serviços meteorológicos, pela aviação e pela navegação.

A primeira edição trazia 28 fotografias coloridas e regras detalhadas para a classificação de nuvens.


A mais recente era de 1975 e havia sido revisada pela última vez em 1987 - desde então, tornou-se um item de colecionador.

A nova é a primeira edição com uma versão completamente digital e acessível ao público leigo.

Nela, foram incluídas novas classificações, entre as quais a mais conhecida é as asperitas, um tipo de nuvem que visto desde o solo se parece com as ondulações do oceano.

Essas nuvens foram documentadas pela primeira vez no Estado de Iowa, nos Estados Unidos, em 2006.

Logo, vários registros semelhantes foram enviados à Sociedade de Apreciadores de Nuvens, que deu início a uma campanha para que a formação fosse reconhecida oficialmente pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).

“Achava que isso nunca aconteceria”, diz Gavin Pretor-Pìnney, presidente da sociedade.

"A WMO (Organização Meteorológica Mundial, na sigla em inglês) dizia não ter planos de fazer uma nova edição do atlas, mas percebeu que há um interesse público por nuvens e ser necessário informar adequadamente sobre isso.”

Nuvens são classificadas de acordo com seu gênero, espécie e características suplementares. A asperitas é uma característica suplementar nova, assim como cavum, cauda, fluctus e murus.

Também foi incluída no atlas um novo tipo, a volutus, que é baixa e horizontal.

Um elemento-chave da evolução do atlas é o avanço da tecnologia - pessoas ao redor do mundo estão registrando e compartilhando imagens de formações inusitadas com seus celulares.
“Não é preciso ser um observador do clima nem um estudioso do tema. Basta fazer a foto e mandar pra gente”, diz Pretor-Pinney.

A nova edição passou a identificar nuvens formadas a partir de processos específicos, como a flammagenitus, que surge em queimadas, as cataractagenitus, originadas em quedas d’água, e silvagenitus, formações encontradas sobre florestas.

Também há aquelas formadas pela ação do homem (homogenitus) e que são alteradas por interferência humana (homomutatus).

“Hoje em dia, você olha para o céu e vê nuvens formadas por aviões, que levam dias para desaparecer”, diz John Hammond, meteorologista da BBC.

Ele diz acreditar que novas classificações serão incluídas no futuro conforme mais pessoas enviem contribuições para o atlas.

Pretor-Pinney afirma que a publicação ajuda a “chamar atenção para o céu”. “Assim, valorizamos nossa atmosfera e ajudamos a fazer as pessoas refletirem sobre nosso impacto sobre ela.”