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Biólogo cria flor de vidro para desvendar segredo da língua do beija-flor

23/02/2018 12h24

Os beija-flores são considerados os pássaros mais velozes do mundo.

Um estudo publicado em 2009 revelou que eles chegam a voar mais rápido do que caças.

Mas isso tem um custo: esses animais precisam se alimentar a cada 15 minutos.

As batidas ultrarrápidas de suas asas (até 80 vezes por segundo) lhes permitem flutuar no ar e se alimentar do néctar das flores.

Mas como?

Pensava-se que o néctar era sugado para o bico por "capilaridade" ou "ação capilar", propriedade física pela qual fluidos sobem ou descem em tubos muito finos.

O biólogo Alejandro Rico-Guevara, da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, decidiu colocar em xeque essa teoria.

Para isso, criou uma flor feita de vidro.

E descobriu que a forma como os beija-flores se alimentam nada tem a ver com a "ação capilar".

Na verdade, a língua de um beija-flor se agita para dentro e para fora do bico 15 vezes por segundo.

Ela é dividida em duas, como a de uma cobra, e o néctar é sugado para dentro do bico.

Funciona como uma espécie de bomba de sucção.

No bico, a língua é comprimida e permanece assim até se expandir novamente.

Quando toca o néctar, se divide ao meio num movimento rápido e suga o líquido. Ao se contrair, toma a forma de dois cilindros, cheios de néctar.

Segundo Rico-Guevara, sua câmera filma mil quadros por segundo, permitindo registrar o momento em câmera lenta.