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Tungurahua entra em relativa calma e começam obras de recuperação

18/08/2006 06h20

Quito, 18 ago (EFE).- Diversos órgãos iniciam hoje a reparação deestradas e de infra-estruturas nas povoados do Equador afetados pelaerupção do vulcão Tungurahua, que entrou num período de relativacalma após a erupção de quinta-feira passada, quando emitiu milharesde toneladas de cinza.

Uma fonte do Instituto Geofísico informou à Efe que o vulcão,situado no centro do país, entrou num "período de atividadebaixíssimo". Mas, como "seu comportamento é instável", não épossível prever por quanto tempo ele permanecerá assim.

Apesar da redução da atividade, o vulcão, de 5.029 metros dealtitude, continuou emitindo material incandescente pela encostaoeste durante a noite, como havia acontecido na quinta-feira,provocando o corte de estradas e bloqueando o rio Chambo.

Wladimir Llerena, coordenador da Defesa Civil na cidade dePelileo, próxima ao vulcão, disse que a corporação vai aproveitar arelativa tranqüilidade para liberar dois dos trechos do riorepresados pela acumulação de material vulcânico junto ao povoado deChacauco e perto de Bilbao.

Llerena acrescentou que foram tomadas as devidas precauções com apossibilidade de deslizamentos no processo de abertura dos diques,um deles com aproximadamente três quilômetros.

O rio Chambo, principal afluente do Pastaza, alimenta a centralde Agoyán, cuja atividade está suspensa desde quinta-feira.

Além disso, outras organizações intensificarão as operações delimpeza da estrada que vai de Baños ao centro do país. Ela foicortada por milhares de toneladas de material vulcânico, uma misturade gases, pó e fragmentos de pedras incandescentes.

Habitantes da região disseram que a localidade de Juive Grandefoi arrasada. Em Bilbao, a camada de cinzas chega a 10 centímetros.

A erupção do vulcão provocou a morte de uma pessoa, odesaparecimento de outras quatro e mais quatro feridos em Penipe,segundo a Defesa Civil. Outros órgãos de socorro mencionam um númeroindeterminado de feridos.

Cerca de 3 mil pessoas foram levadas a albergues improvisados emescolas e igrejas, onde se refugiaram da lava e das cinzas, quecobriram milhares de hectares de plantações.

O prefeito de Pelileo, Manuel Caizabanda, disse que pelo menos 50casas foram destruídas. Outras 450 apresentam algum tipo de dano.

Caizabanda se queixa da falta de equipamentos para remover asgrandes quantidades de cinzas. Ele quer limitar a circulação deveículos para não levantar o pó vulcânico, o que pode afetar aindamais a saúde dos habitantes.

O prefeito espera que o presidente do Equador, Alfredo Palacio,cardiologista de formação, visite o local para constatar asnecessidades da população.

Palacio esteve na quinta-feira na cidade de Riobamba, ondedecretou zona de segurança nas províncias de Chimborazo, Tungurahuae Bolívar. O presidente determinou a mobilização dos recursoshumanos, materiais e de serviços dos setores públicos e privados nastrês províncias.

Os habitantes de Baños, uma das cidades turísticas maisimportantes da região, atingida na quinta-feira por uma chuva decinza e pedras, tentam retomar suas atividades, sem a sua principalfonte de renda.

Em outras cidades, como Ambato e Riobamba, a população continuaos trabalhos de limpeza após a queda de milhares de toneladas decinzas, que interromperam os trabalhos cotidianos.

As cinzas chegaram a povoados do litoral do Equador e afetaramextensas plantações, causando preocupação nos agricultores.