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Casais obesos têm mais dificuldades para gerar filhos, diz estudo

06/03/2007 15h43

Londres, 6 mar (EFE).- Os casais em que as duas pessoas são obesas têm três vezes mais dificuldades para conceber do que as que possuem peso normal, indica um estudo publicado hoje na versão on-line da revista "Human Reproduction".

Um grupo de pesquisadores da Dinamarca analisou os dados de 47.835 casais entre 1996 e 2002 para realizar o primeiro estudo do mundo sobre fertilidade centrado em casais obesos.

Se a obesidade tem incidência clara na fertilidade das pessoas, os especialistas também descobriram que o simples sobrepeso também dificulta a concepção.

O estudo indicou que, se os dois parceiros eram obesos, tinham 2,74 vezes mais probabilidades do que um casal com peso adequado de ter que esperar mais de um ano para conseguir uma gravidez.

Se os dois companheiros tinham sobrepeso, havia 1,4 vezes mais chance de que tivessem que aguardar mais de doze meses.

A diretora da pesquisa, Cecilia Ramlau-Hansen, advertiu que, se outros estudos confirmarem a conclusão de que a obesidade e o sobrepeso diminuem a fertilidade, isso poderia ter sérias implicações nos níveis de população.

"Se o sobrepeso e a obesidade forem a causa de uma baixa fertilidade (considerada quando é preciso mais de 12 meses para conceber) e se a epidemia de obesidade continuar, esta redução da capacidade de reprodução pode tornar-se um problema grave de saúde pública", afirma a especialista na revista.

Os pesquisadores obtiveram seus dados do Danish National Birth Cohort, estudo dinamarquês sobre mulheres grávidas e seus filhos.

As mulheres, que foram entrevistadas quatro vezes em dois anos, tiveram que oferecer seus dados e os de seu companheiro sobre peso, altura, gravidezes prévias, se fumavam e seu grupo socioeconômico.

Os cientistas também determinaram que, quando em um casal há um membro obeso e outro muito magro, também há dificuldades para conceber.

Nesse caso, o risco de baixa fertilidade era quase 4 vezes mais alto que para um casal de peso normal, e ficou comprovado que o efeito era mais pronunciado se o parceiro muito magro fosse o homem.

No entanto, os cientistas reconheceram que este caso de dois pesos extremos só aconteceu em 22 dos casais analisados, por isso são necessários mais estudos para aprofundar nas conclusões.

Os autores do estudo dinamarquês calcularam que, nas mulheres com um índice de massa corporal de 18,5 ou mais, por cada quilo que ganhavam, acrescentavam 2,84 dias extras de espera antes de gerar filhos.

Por outro lado, se as mulheres perdiam peso entre dois períodos de gravidez, o tempo de espera diminuía.

De 365 casais nas quais a mulher tinha sobrepeso ou era obesa antes de sua primeira gravidez (índice de massa corporal de 25 ou mais) e que conseguia perder peso antes do segundo filho, para cada quilo que perdia observava-se uma redução do tempo de espera em 5,5 dias em média, segundo os pesquisadores.

As mulheres extremamente magras que ganhavam peso também conseguiam uma redução do tempo de espera antes de ficarem grávidas, o que, segundo os especialistas, confirma estudos anteriores indicando que a magreza excessiva também é uma possível causa de infertilidade.