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Europa quer enviar missão tripulada para Marte em 2025 com Nasa

13/03/2007 20h03

Barcelona, 13 mar (EFE).- A Agência Espacial Européia (ESA) fixou
o ano de 2025 como data para enviar a primeira missão tripulada para
Marte, um desafio que, por conta do enorme custo e da complexidade,
só poderá ser realizado em colaboração com a Nasa que, por enquanto,
tem outras prioridades.

"Não podemos ir sozinhos. Tem que ser uma missão global, com a
participação da Nasa e da Agência Federal Espacial russa", afirmou
Bruno Gardini, diretor do programa Aurora da ESA, que se propõe a
pesquisar, a longo prazo, os planetas do sistema solar para
encontrar indícios de vida.

Gardini assegurou que este é o desafio aeroespacial mais complexo
que a Europa enfrenta, e que esta missão requereria uma verba que
poderia variar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões, uma quantia que
a ESA não poderia assumir, já que seu orçamento representa apenas
10% do que a Nasa dispõe.

Esta agência espacial, no entanto, não mostrou especial interesse
pelo projeto, já que está investindo quase todos os seus esforços e
recursos nas missões à Lua, e no primeiro vôo tripulado que os EUA
enviarão ao satélite depois de 1969, quando a Apolo XI levou os
primeiros homens à superfície lunar.

Por enquanto, e para preparar o caminho para a presença humana no
planeta vermelho, a ESA está planejando uma série de missões
robóticas que, se forem cumpridas dentro dos prazos fixados,
poderiam partir da Terra com destino à Marte em 2013, para que em
2015 comecem a buscar evidências biológicas de vida.

O objetivo da missão, denominada "ExoMars", será descrever, com
mais precisão, o entorno biológico de Marte, o que servirá de
preparação para futuras missões robóticas e, posteriormente, para a
prospecção humana.

Cientistas dos 17 países que compõem a ESA trabalham no desenho e
no desenvolvimento da tecnologia da missão, que exigiria uma sonda
orbital para Marte e um módulo que descesse no planeta com um
veículo 4x4 em seu interior, para explorar a superfície.

Gardini ressaltou que esta sonda incorporará um inovador
perfurador automático que permitirá, pela primeira vez, recolher
amostras do solo, com profundidades que poderão variar entre 1,5m e
2m.

"Para encontrar restos de vida é preciso perfurar. Se procurarmos
apenas na superfície, não encontraremos nada, pois nada pode
resistir nas condições de Marte", afirmou o responsável da Agência
Espacial Européia.

A mais recente tentativa da ESA de chegar ao planeta vermelho foi
a chamada "Beagle 2", que fracassou em 2003, quando desapareceu sem
deixar rastros quando iria aterrissar, na fase mais crítica de todo
o processo.

Gardini sustenta que esse projeto "foi desenvolvido de maneira
precipitada, com baixo orçamento, e por um grupo de cientistas que
estava pouco supervisionado", questões que foram superadas na nova
etapa da ESA.

"Com a experiência se aprende, e há coisas que não acontecerão
novamente", afirmou Gardini.