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Cientistas identificam genes que influem em reação à quimioterapia

11/04/2007 14h00

Londres, 11 abr (EFE).- Cientistas americanos identificaram um, grupo de 87 genes em células cancerígenas do pulmão que, uma vez inibidos, as tornam especialmente vulneráveis a um tipo de quimioterapia, segundo um estudo publicado esta semana pela revista britânica "Nature".

Os pesquisadores, do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas, utilizaram pela primeira vez uma biblioteca de moléculas de RNA pequeno de interferência para identificar esses genes envolvidos na resposta das células cancerígenas isoladas à substância paclitaxel.

Ao bloquear a ação de alguns dos genes de células cancerígenas isoladas, os pesquisadores - dirigidos por Michael A. White - descobriram que estas eram 10.000 vezes mais sensíveis ao medicamento, utilizado nos tratamentos de quimioterapia.

Segundo White, os resultados são "de grande importância", porque revelam que é possível reduzir a dose do medicamento usado sem afetar sua efetividade, o que "significará uma diminuição dos efeitos secundários associados aos tratamentos contra o câncer".

"A quimioterapia é um tratamento agressivo", disse White, para quem a identificação de genes que permitem um efeito maior do tratamento a doses mais baixas é o "primeiro passo" para aliviar os efeitos colaterais nos pacientes.

O estudo analisou apenas células cancerígenas isoladas, por isso serão necessárias pesquisas posteriores para determinar se o bloqueio dos genes em animais vivos tem o mesmo efeito.

Caso seja possível aplicar a inibição destes genes em células cancerígenas em humanos, o tratamento "seria muito poderoso", disse White, diretor do primeiro estudo a utilizar a biblioteca de moléculas de RNA.