Topo

Prefeitos de todo o mundo se unem para frear aquecimento global

14/05/2007 18h59

Nova York, 14 mai (EFE).- Prefeitos das cidades mais povoadas do mundo, como Nova York, Cidade do México, Bogotá e Tóquio, se reúnem a partir de hoje em uma cúpula para analisarem formas de frear o aquecimento global e as emissões que intensificam o "efeito estufa".

No total, os participantes da Cúpula Mundial das Grandes Cidades para o Clima (C40) representam quase cem cidades que ocupam apenas 1% do território mundial. No entanto, estas localidades são responsáveis por 80% das emissões que podem causar mudanças climáticas.

Conscientes, portanto, de que têm muito o que dizer na luta contra o aquecimento global, os prefeitos decidiram repetir a cúpula realizada em Londres há dois anos e se reúnem agora em Nova York para trocarem experiências.

Na cúpula, que irá até o dia 17 de maio, diversos exemplos de projetos ecológicos serão apresentados. Inclusive, um criado em Fortaleza para evitar vazamentos na rede de água e que já proporcionou economias de cerca de R$ 5 milhões ao ano.

Um dos protagonistas do evento, porém, será o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que propôs transformar a Big Apple na cidade mais "verde" dos Estados Unidos.

Amanhã, o prefeito apresentará a seus colegas seu polêmico plano para fazer com que os motoristas paguem para dirigir em Manhattan.

Também será conhecido o sistema criado em Barcelona para fornecer água quente em alguns edifícios através de energia solar, além do Transmilênio. Este é um inovador sistema de transporte de ônibus criado em Bogotá que elevou o nível de produtividade para até 1.600 passageiros por ônibus ao dia e reduziu as emissões poluentes em 40%.

Em geral, os prefeitos querem saber quais projetos estão em andamento em outras partes do mundo em matéria de consumo elétrico, uso de combustíveis, calefação e tratamento de resíduos.

Com as idéias desenvolvidas em suas cidades os prefeitos estão determinados a combater as emissões de gases de efeito estufa e, ainda, obter lucros com isto. Calcula-se que se o aquecimento global não for freado causará prejuízos de US$ 7 trilhões.

Para isto, decidiram contar, nesta oportunidade, com a colaboração de líderes, como o ex-presidente Bill Clinton, e de dirigentes de grandes empresas, como o presidente da Siemens, Klaus Kleinfeld, da Alcoa, Alain Belda, do Citigroup, Charles Prince, e da Time Warner, Richard Parsons.

Durante o encontro está previsto que Clinton, como líder da Iniciativa Climática Clinton (CCI), anuncie o lançamento de alguns programas que permitirão que as cidades avancem em seus objetivos de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Com seus projetos, os prefeitos querem não apenas frear as mudanças climáticas, mas prevenir os possíveis prejuízos que possam causar no futuro. Alguns deles seriam a escassez de água, que atingirá dois em cada três habitantes do mundo em 2025.

Acredita-se também que serão cada vez mais freqüentes as temperaturas extremas. O ano de 2005, por exemplo, apresentou um número recorde de furacões produzidos na bacia do Atlântico.

Além disso, estima-se que um aumento na temperatura média de 2°C a 3°C pode aumentar a incidência da malária em 3% a 5%.

A isto se unem outros efeitos, como o degelo da Groenlândia e da Antártica, que poderia elevar o nível do mar em 88 centímetros até 2100.

Isto coloca em perigo milhões de pessoas em diversas ilhas do Pacífico e em Bangladesh, onde cerca de 17 milhões de pessoas vivem a 1,5 metro acima do nível do mar.