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Doadores de esperma ganham menos do que doadoras de óvulos no EUA

24/05/2007 17h04

Washington, 24 mai (EFE).- Os homens que doam esperma recebem menos menos e são tratados de forma menos considerada do que as mulheres que doam óvulos, segundo um estudo da socióloga René Almeling, a ser publicado pela revista "American Sociological Review" em seu número de junho.

Almeling, que prepara seu doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles, averiguou as operações dos bancos de esperma e de óvulos nos Estados Unidos.

Ao término de sua pesquisa Almeling chegou à conclusão de que o mercado de esperma e de óvulos desafia as leis básicas de oferta e procura, e que enquanto se paga a uma doadora cerca de US$ 5 mil por doação, aos homens são pagos entre US$ 50 e US$ 75.

"Paga-se muito menos aos homens por um compromisso mais prolongado (uma vez por semana durante um ano) e com um custo de uma grande inconveniência pessoal", assinala o artigo, toda vez que os bancos de esperma instruem os doadores para que se abstenham de ter relações sexuais durante dois dias antes da doação.

"Além disso, os homens estão menos preparados para as conseqüências emocionais da doação de material reprodutivo".

"Por outro lado, as mulheres não só recebem muito mais por um compromisso mais breve, mas também várias vezes são agradecidas porque 'estão cedendo o dom da vida'", acrescentou Almeling.

Esta desigualdade persiste apesar de que são muito poucos os doadores de esperma aptos.

Ameling apontou que só uma pequena fração da população masculina possui a contagem de esperma suficientemente alta, de maneira constante, para serem considerados aptos para doação, mais de 90% dos que se oferecem para aos bancos de esperma são rechaçados por esta e outras razões.

Como resultado, os bancos de esperma têm que recorrer a homens que recrutaram previamente pagando para obter o material.

Ameling averiguou que é habitual que as doadoras de óvulos em cidades grandes recebam mais de US$ 5 mil por doação, seja qual for o resultado.

Já os homens que doam esperma não apenas recebem baixa remuneração, mas só são pagos quando as amostras satisfazem as altas normas de fertilidade requeridas para o congelamento.