Topo

CE propõe criação de cartão europeu que identifique doadores de órgãos

30/05/2007 15h16

Bruxelas, 30 mai (EFE).- A Comissão Européia propôs hoje a criação de um cartão europeu que identifique os potenciais doadores de órgãos, como uma nova forma de contribuir para aumentar o número de transplantes dentro da União Européia.

A proposta do Executivo da UE chega em meio a uma semana marcada pela polêmica criada na Holanda por causa de um reality show em que três doentes competem por um transplante de rim.

O comissário europeu da Saúde, Markos Kyprianou, assegurou hoje em entrevista coletiva que ficou "escandalizado" quando soube do conteúdo do programa e assegurou que se trata de um espetáculo de "mau gosto".

Kyprianou afirmou que se a intenção do programa é conscientizar a opinião pública sobre o problema da falta de órgãos para transplantes, como afirmam os criadores, "há muitas outras formas de fazê-lo".

A proposta de criar um cartão de doadores europeu, seguindo o modelo que há em alguns países, conta com o apoio de 81% dos europeus, segundo uma pesquisa do Eurobarômetro publicada hoje.

Para o comissário, esta iniciativa pode acrescentar um valor agregado aos esforços dos países para aumentar o número de doações, um aspecto no qual acredita que "há uma grande margem de melhora" devido à vontade de muitos europeus de doar seus órgãos.

O cartão serviria para identificar em toda a Europa as pessoas que querem doar seus órgãos em caso de falecimento e, segundo a Comissão Européia, contribuirá para "aumentar o interesse dos cidadãos" sobre esta questão.

O relatório propõe também um plano de ação para reforçar a cooperação entre os países da UE neste âmbito e inclui uma proposta para garantir padrões comuns de qualidade e segurança nos transplantes realizados na Europa.

A normativa, cujo texto será apresentado no próximo ano, deve estabelecer medidas de inspeção e controle em escala européia, assim como um sistema de acompanhamento dos órgãos e dos resultados dos transplantes.

A CE defende a criação de coordenadores de transplantes nos hospitais e estender o uso de órgãos de doadores vivos.