Topo

Continente americano quer auto-suficiência em energia limpa e renovável

05/06/2007 20h40

Panamá, 5 jun (EFE).- Os países do continente americano devem buscar a auto-suficiência energética a partir de fontes limpas e renováveis com recursos próprios, destacou a 37º Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que termina hoje no Panamá.

Nos discursos que fizeram durante as quatro sessões em que a Assembléia foi dividida, os chefes das diplomacias americanas trocaram experiências sobre recursos energéticos renováveis e ressaltaram o interesse comum de acabar com a dependência econômica na questão energética.

O Panamá ofereceu espaço na chamada "Cidade do Saber" para a criação de um centro regional de pesquisa energética, onde as equipes de cientistas do hemisfério possam dar continuidade às propostas feitas durante a Assembléia.

Ao longo da reunião, os países do continente também declararam a intenção de favorecer o desenvolvimento energético comprometido com a boa utilização do meio ambiente.

Para promover o interesse geral, a OEA espera contar com a participação de organismos internacionais, da sociedade civil, do setor privado e da comunidade acadêmica.

A "Declaração do Panamá", documento que será divulgado no encerramento da Assembléia, promove "o direito soberano de nossos países à preservação, ao desenvolvimento e ao uso sustentável dos recursos energéticos".

A declaração reconhece que a energia é um recurso fundamental para o desenvolvimento sustentável dos povos e que o uso da energia diversificada, confiável, segura e acessível "é de primordial importância para um crescimento econômico com igualdade e inclusão social, além de contribuir para a erradicação da pobreza".

O documento também sustenta que a OEA considera que o desenvolvimento econômico e social e a conservação do meio ambiente "são complementares".

Os únicos que se afastaram do tema principal do encontro, "Energia para o Desenvolvimento Sustentável", foram os Estados Unidos, para denunciar a "antidemocrática" não renovação da concessão do sinal de emissão da "RCTV" na Venezuela, e a representação de Caracas, para se defender.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, viajasse para Caracas para obter informações sobre a situação da liberdade de imprensa e de expressão, fundamentais em qualquer democracia, na sua opinião.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que nenhum veículo de comunicação do país foi convidado a ir a Guantánamo para informar com liberdade sobre as "prisões secretas" da Administração de George W. Bush.

Uma moção de apoio às reivindicações de soberania da Argentina sobre as ilhas Malvinas e uma reivindicação da Bolívia também foram aprovadas nas sessões plenárias.

A Bolívia pediu uma saída para o mar, negada historicamente pelo Chile e pelo Peru.

Prevê-se a aprovação de cerca de 80 resoluções, sobre temas que tratam desde a participação eqüitativa da mulher nos organismos da OEA até o reconhecimento de pessoas incapacitadas, passando pelo direito à verdade e à transparência na aquisição de armas convencionais.

Outra questão em pauta é a declaração das Américas como zona livre de minas terrestres e o incentivo à confiança e à segurança na região.

Após o encerramento da Assembléia, será realizada uma entrevista coletiva na qual serão divulgados os candidatos eleitos nos organismos da OEA com cargos pendentes.