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ONU: Desastres naturais podem ser reduzidos com medidas adequadas

05/06/2007 13h53

Genebra, 5 jun (EFE).- Os desastres naturais não necessariamente devem provocar catástrofes humanitárias, já que os países dispõem dos sistemas adequados para reduzir seu impacto, afirmou nesta terça-feira em Genebra o subsecretário para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, John Holmes.

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE
Leonardo Wen / Folha Imagem
Servidores do Ibama, em greve, fazem protesto nesta terça-feira em frente ao Ministério do Meio Ambiente, em Brasília. Os manifestantes usam máscaras para representar a ministra Marina Silva, o presidente do Instituto Chico Mendes, João Paulo Capobianco, e o presidente do Ibama, Basileu Margarido Neto
APELO DA OMS
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Representantes de 120 Governos, de agências das Nações Unidas e de ONGs se reúnem até quinta-feira, em Genebra, na chamada Plataforma Global para a Redução do Risco de Desastres.

A reunião coincide com a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se dirigiu por videoconferência aos mais de 600 representantes de Governos, da sociedade e de ONGs, e solicitou da comunidade internacional que "reafirme seu compromisso para proteger os mais vulneráveis".

Ban também pediu aos Governos de todo o mundo que atuem com "a maior diligência contra a mudança climática".

"O aquecimento global exporá centenas de milhões de pessoas a desastres naturais, haverá mais secas, inundações e tempestades mais fortes, e o nível do mar aumentará", afirmou Holmes em entrevista coletiva, para dar uma idéia dos desastres previstos para o futuro.

O subsecretário lembrou que 200 milhões de pessoas vivem atualmente em áreas litorâneas que poderiam ser inundadas se o nível do mar subir ou se houver um desastre como o tsunami de dezembro de 2004.

"Nos últimos 30 anos se triplicaram os desastres naturais e o número de atingidos se quintuplicou nos últimos 15 anos", disse Holmes, que comemorou o fato de o número de mortos ter caído graças às medidas de prevenção e alerta.

No entanto, afirmou que se um desastre natural afetar uma cidade superpovoada pode ocorrer "uma catástrofe sem precedentes" e lembrou que "oito das dez cidades mais povoadas do mundo estão expostas a terremotos, e seis estão no litoral".

Embora o diretor da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (ISDR, em inglês), vinculado à ONU, Sálvano Briceño, tenha assegurado que a evacuação das grandes cidades em áreas de risco "não é urgente nem imediata", mas que os moradores poderão deixar suas casas se o nível do mar subir.

Mas são os países em desenvolvimento os que serão mais atingidos pela maior intensidade e freqüência dos desastres naturais, já que, "quanto mais pobre é uma comunidade, mais vulnerável é aos desastres naturais e mais difícil é sua recuperação", afirmou Holmes.

O secretário de Estado de Exteriores da Suíça, Michael Ambühl, destacou que "os países pobres são atingidos desproporcionalmente porque não têm recursos para enfrentar os desastres naturais".

Ambühl explicou que as autoridades de Berna querem fortalecer o papel de Genebra na luta contra os desastres naturais.

O diretor-geral da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), Michel Jarraud, que insistiu em que, por este motivo, "reduzir o risco dos desastres naturais e, conseqüentemente, a mortalidade e a perda de formas de subsistência deve ser uma das principais prioridades".

Jarraud assegurou também que "os sistemas de alerta antecipado são essenciais para evitar, analisar e prevenir os desastres naturais" e lembrou que "muitos países precisam de uma maior investimento para garantir que seus sistemas de prevenção funcionarão corretamente".

Os especialistas também analisarão durante a reunião os progressos realizados na aplicação do Marco de Ação de Hyogo, um plano estratégico adotado durante a Conferência Mundial de Redução do Risco de Desastres realizada em janeiro de 2005 em Kobe (Japão).

Holmes considerou imprescindíveis a cooperação, a aplicação do Marco de Ação de Hyogo, a formação e conscientização da população e uma maior investimento, mas, sobretudo, a formulação de medidas concretas.

O vice-presidente do Banco Mundial (BM), Jeff Gutman, também considerou fundamentais a velocidade na hora de atuar, a cooperação e o desenvolvimento sustentável para "avançar de forma decisiva e obter resultados reais".