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Cientistas identificam nova proteína que inibe infecção por vírus da aids

17/06/2007 17h29

Madri, 17 jun (EFE) - Uma equipe do Conselho Superior dePesquisas Científicas (CSIC) da Espanha identificou uma novaproteína terapêutica que poderá ajudar a evitar que as células sejaminfectadas pelo vírus da aids.

O CSIC disse que a descoberta, publicada na última edição darevista "Nature Cell Biology", representa um "avanço conceitual"importante para entender as fases iniciais da infecção pelo vírusHIV e para identificar novas proteínas que ajudem a combater a aids.

O diretor do estudo, Santos Mañes, disse que os cientistas"encontraram uma proteína que se liga aos receptores que usam ovírus para entrar nas células" e infectá-las.

"Cada uma das células do organismo possui um esqueleto, ocitoesqueleto, que define sua forma e fornece o suporte internonecessário para que funcione", disse Mañes.

"Diante de qualquer estímulo externo, como uma tentativa deinfecção, o citoesqueleto reage se reorganizando mediante umcomplexo sistema no qual possuem um papel essencial um determinadotipo de enzimas, as Rho GTPases", acrescentou.

Em trabalhos anteriores, a equipe do CSIC, que investiga há maisde uma década o processo de infecção pelo HIV, havia determinado queo vírus da aids precisa ativar uma das enzimas citadas, a RHO-A,para invadir a célula e infectá-la.

O trabalho inicial permitiu chegar à nova proteína, já que "aequipe tentou analisar como a RHO-A é ativada quando o vírus se ligaà célula, e esse caminho nos levou até uma proteína de união docitoesqueleto, a filamina A", disse Mañes.

Os pesquisadores do CSIC descobriram que a proteína, em caso deinfecção, une os receptores do vírus com o citoesqueleto da célulae, ao mesmo tempo, ativa a enzima RHO-A.

Segundo Mañes, "o sucesso que o vírus da aids tem em infectar ascélulas do sistema imunológico, os linfócitos T, possivelmente estáno mecanismo descrito neste estudo".

A partir das informações obtidas neste e em trabalhos anteriores,os cientistas acreditam que o HIV se apropria do mecanismofisiológico que ativa as células de defesa do organismo do serhumano, os linfócitos T, para invadi-las e destruí-las.

O processo depende da função da filamina A que, quando interagecom os receptores do vírus, dá início a um processo de recolocaçãode receptores que é muito semelhante ao que ocorre na ativação doslinfócitos T.