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Fórum entre América e África lança apelo por combate a desertificação

18/06/2007 18h26

Santo Domingo, 18 jun (EFE).- O 5º Fórum entre África, América Latina e Caribe contra a Desertificação começou hoje em Santo Domingo, na República Dominicana, com um apelo urgente das Nações Unidas pedindo que a comunidade internacional se comprometa na luta contra o avanço dos desertos.

Representantes de 60 países destas regiões se reúnem entre hoje e a próxima quinta na capital dominicana para trocarem informações e compartilharem experiências sobre um problema que atinge 1,2 bilhão de pessoas, principalmente em países subdesenvolvidos.

O coordenador para a América Latina e o Caribe da Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD), Sergio Zelaya, falou hoje, na sessão de abertura do fórum, sobre os Objetivos do Milênio, que pretendem reduzir à metade a pobreza mundial até 2015.

Segundo ele, para que isto aconteça é essencial combater a desertificação.

"O apoio à luta contra a desertificação deve ser uma das metas principais e a comunidade internacional deve levar esta prioridade em consideração", afirmou.

Zeleya lembrou as palavras que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pronunciou no último domingo por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Desertificação.

Ban disse que resgatar os solos degradados "pode ajudar a diminuir a curva das emissões de gases do efeito estufa", além de elevar "a capacidade de adaptação" dos países afetados em relação às mudanças climáticas.

Calcula-se que a expansão dos desertos atinja 1,2 bilhão de pessoas em cem países do mundo e que 3,6 bilhões de hectares, 70% das terras secas do planeta, estejam degradadas.

Além disso, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a desertificação causa prejuízos de US$ 42 milhões por ano aos países afetados.

Zelaya destacou a importância do fórum como elemento para a promoção, através da UNCCD, de meios que beneficiem as povoações vulneráveis nas regiões áridas, secas e subúmidas secas. O objetivo seria superar suas dificuldades para alcançarem o desenvolvimento sustentável.

O coordenador lembrou que a edição anterior do fórum, realizada em Túnis, na Tunísia, foi dedicada a assuntos como a agro-silvicultura e outras práticas de estudo, "que podem ser o coração da futura cooperação entre as duas regiões (América e África)".

Além disso, ele disse que as modalidades agroflorestais "devem ser consideradas elementos-chave para o combate à pobreza e para a geração de serviços ambientais necessários para a conservação da água e dos solos em regiões áridas, particularmente em cenários de mudanças climáticas e de perda de biodiversidade, como os que enfrentamos atualmente".

O fórum é o quinto sobre desertificação que reúne países da América Latina, do Caribe e da África. Já foram realizados encontros em Recife em 1998, em Bamaco (Mali) em 2000, em Caracas (Venezuela) em 2002 e em Túnis (Tunísia) em 2004.

Durante os eventos, os dois continentes discutiram as possibilidades de atividades conjuntas e acordos de associação, principalmente com o objetivo de fortalecer a capacidade institucional dos países e promover a troca de informações.

O programa do encontro inclui questões como a aplicação de fórmulas de agricultura sustentável, o uso de cultivos florestais e agroflorestais, a participação da sociedade civil e o financiamento de programas destinados à luta contra a desertificação.

Os participantes do fórum - entre os quais estão políticos, cientistas, dirigentes de cooperativas e representantes de ONGs - discutirão estas e outras questões durante quatro dias de reuniões.

No final, divulgarão um relatório final com suas conclusões.